por vezes a saudade é boa...
karen hollingsworth
os dias passam velozes e é à noite,
dentro do silêncio que se impõe,
à secreta construção de tudo
o que é doce,
e tão necessariamente imóvel,
que sem querer eu abro as gavetas das memórias,
dentro do silêncio que se impõe,
à secreta construção de tudo
o que é doce,
e tão necessariamente imóvel,
que sem querer eu abro as gavetas das memórias,
e sobra, sempre a
saudade com seu manto diáfano,
que cobre os meus dedos insurgentes,
que escrevem lentamente,
ante a insónia cavada e constante,
como um rochedo,
estilhaçando a nitidez da manhã,
que cobre os meus dedos insurgentes,
que escrevem lentamente,
ante a insónia cavada e constante,
como um rochedo,
estilhaçando a nitidez da manhã,
e eu restituo ao silêncio
a nudez,
das cores entre o verde e o cinza,
e a saudade ganha perímetros de maciez,
num mar imenso em que me afundo lentamente,
e em que consigo emergir incólume e purificada.
das cores entre o verde e o cinza,
e a saudade ganha perímetros de maciez,
num mar imenso em que me afundo lentamente,
e em que consigo emergir incólume e purificada.
por vezes a saudade é boa e doce...
©Piedade Araújo Sol 2017-06-26