quarta-feira, 31 de julho de 2013

AVISO

AVISO
Recebi através da Reservas-TAP um email fraudulento pois sei que embora tivesse esse endereço não é fidedigno ,e que se encarregou de reenviar para quase todos os meus contactos o que creio ser algum vírus que me mandaram para o computador e apanhou os endereços dos amigos.
Não cliquem em nada , em especial onde diz : 

" Quero que veja isso, click here "

Obrigada a todos!

terça-feira, 30 de julho de 2013

ao longe os azuis

Ao longe os azuis,
como se fossem segredos destapados,
na amplitude do olhar,
que se queria tresmalhado nos trilhos das águas.

Este corpo oblíquo sobre o mar e
sobre a areia cálida,
a retalhar a pele seca e carente,
moribunda, e de saudade entranhada,
sequiosa de terra orvalhada.

E os azuis tão perto e tão aquém,
que já nem a vista consegue manter.
.
© Piedade Araújo Sol  2013-07-30

terça-feira, 23 de julho de 2013

um dia escrevo que o sonho

gheorghe vlaicu
um dia escrevo que o sonho
se desnuda de palavras
e apenas existem silêncios
e estações cíclicas
que metamorfoseamos de aromas.

um dia o teu olhar me dirá

que o sonho (o meu) talvez
se escreva nas pautas da vida
e paulatinamente uma ária se faça
em gemidos de piano.

um dia a minha pele em vigília

guardará na meia-luz
a  ternura dos corpos
cândidos e enigmáticos
no sono do tempo.


©Piedade Araújo Sol 2013-07-23

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vai e leva...

Foto : Tea Vitina

Leva
A noite embrulhada na bruma,
do dia que a precedeu,
e de  todos os seus encantos e desencantos,
e faz com que as estrelas dancem,
na outra noite que há-de vir,
e onde os meus sonhos se irão,
ressuscitar em ti ou em mim.

Leva
A ressaca das ternuras,
amealhadas em tempo e labareda,
em serenidade e descrença,
em ciúmes ensombrados de alienação,
em promessas que não foram feitas,
e onde as palavras se esqueceram,
de saber.

Leva
A convulsão dos corpos quentes,
no deslumbramento das marés,
na  praia conivente de noites,
que não souberam acontecer,
e não quiseram perdurar,
à revolta das algas que o mar,
às areias enjeitou.

Leva
Tudo – porque o tudo
É tão pouco – ou quase nada.
.
©Piedade Araújo Sol 2013-07-16

terça-feira, 9 de julho de 2013

Faúlha em faúlha


Faúlha em faúlha o lume na tenacidade da áscua,
exaltado em sinfonias no âmago do,
fogo.

Antes faísca e depois fogo.

Ainda morno,
prestes a acender as marés e os remos
dos barcos no mar,
fundeados à espera do brado.

Amortecido

E nada é para sempre. Nem as faíscas,
nem o fogo brando ou forte na morrinha das cinzas,
nem o entardecer em seu ciclo,
a sair das guelras da terra e da agrura das palavras,
viçosas e por vezes,
agonizantes, mas ressurgidas no atropelo das marés.

E o sol a traçar raios de luminosidade,

na calosidade das mãos dos homens do mar,
e da terra,
em permanente labuta.

E o poeta nu de fogo, sorrindo no aconchego de um verso em desalinho…

©Piedade Araújo Sol 2013-07-09 
foto .akartia

terça-feira, 2 de julho de 2013

Nunca mais

tela de Iman Maleki
Ele admirava a arte da Paula Rego,
ela delirava com o Iman Maleki,
ele gostava dos Muse,
ela ouvia Caetano e toda a música brasileira.

Ele era apaixonado pela música em sua vida,
e ela dançava descalça em frente do espelho,
imaginando-o enlaçado nela,
ambos a  conquistar o mundo sem medos.

Entre cores translúcidas de cinza e verde,
e ela impregnada nos azuis,
se encontram entre os cheiros,
dos escritos numa Feira de Livros

E nunca mais se isolaram,
nunca mais se questionaram,
nunca mais a vida foi a mesma,
nunca mais a imaginação cessou.

E nunca mais ela dançou descalça.
E ele cantou,
e o sorriso ficou,
e o imprevisto não finou.

E nunca mais a vida se levou
nunca mais
nunca mais
nunca, nunca.
Mais.

©  Piedade Araújo Sol

Poema comentário em resposta a Nunca mais de http://cantodaboca.blogspot.pt/

desenho de Paula Rego