terça-feira, 26 de julho de 2022

O teu nome

O teu nome será sempre o teu nome.
Nome de Santo e também de Rei.
Nome que ainda soletro nas minhas noites de insónia.
Nome que ainda registo nas areias da praia, e fico a olhar as águas a desfazer.

Mesmo que me magoe!

O teu nome, ficará para sempre imortalizado em mim.

©Piedade Araújo Sol 2022-07-17
Imagem : Maria Oosthuizen

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terça-feira, 19 de julho de 2022

Inquietude

Deixei o dia a fazer eco em mim,
e saí com a determinação de me perder nas ruas,
esquecidas e no deambular dos passos,
sobre a calçada portuguesa,


e a pele fica arrepiada,
nos segredos que desvendo,
e cada recanto e em cada detalhe.

Imagino-te,
habitante da cidade e dos dias mornos,
que tombam na manhã a fazerem presença,
nas ternuras que engenho,
enquanto meus passos ligeiros,
me levam em rumos sem fim,
com bálsamos de vida,
que me perpetuam o presente.

©Piedade Araújo Sol 2022-07-18
Imagem : Andrea Kiss

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terça-feira, 12 de julho de 2022

Tumultos


Hoje fui invadida pelas palavras,
em tons de arco-íris,
por vezes não sei vocábulos,
esquecem-me na penumbra do reflectir,
e então escrevo cores,
onde, e sempre prevalece o azul,
a minha cor elegida.

Mas, as palavras podem ter cores,

podem ser azuis se falo do mar ou do céu,
brancas se falo da neve e da paz no mundo e em nós,
amarelas se forem rosas as minhas preferidas,
encarnado se falar da paixão,
ou violeta se falar do mistério,
e desconjuntada e sem graça o preto que me lembra a morte.

Vou edificando cores e palavras,
e depois esqueço tudo no fundo do baú das minhas reminiscências,
fico com palavras e cores,
espalhadas e desconectadas,
e pondero…
Afinal de que cor é a morte?

©Piedade Araújo Sol 2022-07-11

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terça-feira, 5 de julho de 2022

Um dia…

  

Guardo palavras que não digo,
omito,
e omitindo, talvez seja mais agradável,
ou então uma cobardia de fazer contornar,
realidades e memórias.

Um dia havemos de falar do tempo,
quando nada mais houver para falar,
e eu hei-de recordar-te quando o frio entrava,
pelas frestas do telhado da casa abandonada da falésia,
e das águas-furtadas onde nos escondíamos do mundo.

Talvez nem lembres, mas para mim isso já nem importa
enquanto eu não esgotar todas as minhas memórias,
haverá sempre uma luz no esplendor do delírio,
do pensamento,
a fazer eco na minha boca.

Um dia, havemos de olhar o poente,
no terceiro pontão da praia,
e com sorte, esperar os pescadores,
quando arrastarem as redes do mar,
com o peixe a transbordar.

Um dia …

©Piedade Araújo Sol 2022-07-04
Imagem : Maria Kaimaki

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