terça-feira, 28 de janeiro de 2020

das palavras no poema

é
a mansidão das palavras
que tornam o poema doce e puro
que escorrem em pólen
que se transformam em mel
nas flores improvisáveis
da tarde fria e agreste.
.
o poema fica aqui
olvidado em mim
vagueando nas vielas
embebidas na água que caíu
nas sarjetas da cidade
que as levam para o mar
na mansidão da tarde.
.
o poema corre em mim…

©Piedade Araújo Sol  2008-12-09 (reeditado)
Imagem : Laura Zalenga

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

nem sempre o que eu escrevo é para entenderes.


nem sempre o que eu escrevo é para entenderes.

se um dia encontrares o meu olhar preso nas neblinas,

engendra que um dia andamos a caçar sonhos,
e que agora, já se esfumaram ou continuam no frio da tarde.

não queiras nunca entender, o que não temos o condão

de decifrar,

e lembra que a vida é um acaso de deleite

que precisamos saborear,

as neblinas não interessam

vão passar…

©Piedade Araújo Sol 2020-01-08
imagem: ruslan bolgov

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Fomos

Fomos em busca da água para saciar a boca,
e só encontramos o fogo que nos lavrou,
os corpos em desatino.

Fomos eu e tu,
empreendedores de um presente,
que do futuro nada sabia,
(e ainda não sabemos, nem ninguém sabe).

Nós fomos o  fogo que em labaredas,
consumiu tudo o que havia em nós,
e em nosso redor…

©Piedade Araújo Sol 2019-12-22
Imagem:Mikael Aldo

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Se




se o teu coração não lembrar alguma coisa, 
quando a solidão te abraçar sem dó nem piedade ,
se a cidade já nada te disser ,
e se o dia estiver chuvoso e frio ,
não ligues. 

são coisas que já não fazem mossa, 
por isso não te devem inquietar.

e abraça a vida,
mesmo que exista algum medo. 

porque a luz e a fé 
irá sobrevir a tudo isso. 

Autor : Piedade Araújo Sol
Imagem : Ines Rehberger