terça-feira, 15 de março de 2005

Na Cidade


Esgalho esta tarde que se abate sobre a cidade 
e canto este poema sem rima e sem conexão 
deslaço este cantar e olho o por do sol reflectido nas águas do mar
 ineficaz a palavra não sonante neste poema presente
e tão distante 

 Renovo esta noite
que se abateu sobre a cidade embrenhada em sombras e palavras dispersas
 ríspidas e cansadas
 faço um sorriso aberto e franco
 e com um andar sublime
 enfrento a purezado do meu poema
 transbordante de uma lassidão
 que me tolhe o prazer de sorver o limiar da minha lucidez.

©Piedade Araújo Sol