terça-feira, 25 de junho de 2013

Vazio

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Vazio é o sentir
entre a dor e a saudade
e esta lágrima que cai
obstinada e sem identidade.

Vazio é o olhar entre as colinas
e sentir que o sonho se esvai
que explode em cinza e  pó
nos caminhos por onde se  distrai.

Vazio é aquele poema
que tu nunca cantaste
olvidado ficou no tempo e
no fundo das tuas memórias.

Vazio é o frio das esquinas
é o fim anunciado
é a incerteza que amedronta
é talvez o nosso fado.

Vazio é a noite e seus espectros
é o medo que  se aloja
e se assola  até nos ossos
e nos leva até o prazer de sonhar.

Mas é preciso reagir ao vazio
e então resistiremos
semeando  flores
em todos os sorrisos.

E as estrelas nascerão em cada olhar
e em cada rosto e em cada boca
uma palavra de esperança
ainda se cantará,

num hino que  entoaremos em uníssono
num dia em que existirá um cais
e um porto à nossa espera
numa ilha desconhecida.
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©Piedade Araújo Sol 2013-06-21
Poema Comentário em resposta a vazio de http://cantodaboca.blogspot.pt/

terça-feira, 18 de junho de 2013

É na noite

Para Teresa A.

É na noite que aprofundamos os nossos silêncios, quando no vazio nos lembramos dos momentos que nos trazem recordações.

É uma catarse dos fios que guardamos no nosso íntimo e que nos levam por vezes a renascer e a reviver.

É uma espécie de filme em que rebobinamos as fases que de algum modo nos trazem lembranças que guardamos.

Um dia gostava de pintar a noite com essas memórias.

Acho que teria todas as cores do arco íris.

E os velhos da aldeia diriam abismados:

“Nunca vi uma noite assim”

E eu aposto que até eu me arrebataria com as cores que a tela retrataria.

Mas um dia, prometo, ainda vou desenhar a noite com todos os sonhos que desenhei por aí.

©Piedade Araújo Sol 2013-06-18
  • :


  • Foto . BB

terça-feira, 11 de junho de 2013

se eu tiver que voltar

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eu sinto a verdade, mas prefiro acreditar na mentira,
porque sei que a verdade esconde,
a agrura dos momentos conturbados.

meus inimigos não sabem, e eu para me sentir bem,
sinto que são todos amigos,
porque não acredito neles, mas muito mais em mim.

assaltam-me receios terríveis,
dúvidas insondáveis e disfarçadas,
nos abismos que se estendem sem fim.

mas se algo acontecer eu aceito,
e de braços abertos vou no voo,
para no mesmo voo regressar.
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© Piedade Aráujo Sol 2013-06-11
Poema Comentário em resposta a se eu tiver que voltar http://cantodaboca.blogspot.pt/
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terça-feira, 4 de junho de 2013

Fracasso


Vitórias inúteis
derrotas infiéis 
amargas.

Vencedores vencidos 
amarrotados no silêncio 
do mundo atroz. 

Glória hipotecada 
na derrota fria 
com fim mordaz. 

É assim a vida 
por vezes sem nada 
apenas o sonho. 

Que ainda se faz.

© Piedade Aráujo Sol
Poema Comentário em resposta a fracasso de http://cantodaboca.blogspot.pt/

Foto . dzik notecki