quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Agradecimento

Antes de terminar o ano de 2020, que não foi fácil para ninguém, não quero deixar de assinalar aqui uma palavra de agradecimento e ternura, a todos os que pacientemente me visitaram durante o ano que agora expira.
Desejo que 2021 traga a cada um a sua porção de felicidade, traduzida em paz e saúde! 
Muito obrigada a todos.
 ©Piedade Araújo Sol 

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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Cisnes Negros


Se eu pudesse

Apagava o ano de 2020 de todos os calendários do Mundo.

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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Natal de 2020

 

Faz todo o sentido festejar o nascimento do Menino Jesus. 
Faz sentido cada qual comemorar o seu Natal da forma que gosta e da tradição que tem .
Espero que venham outros, em que os sentires sejam todos de paz e que a própria humanidade se sinta mais unida e não tão desfragmentada. 
Este Natal é apenas mais um dia de um ano muito doloroso. 
Mas, desejo a todos um Bom Natal de 2020, com saúde.
© Piedade Araújo Sol 

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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

alegações

 


sei que não estamos em época de abraço
nem beijos 
nem contactos físicos. 


ontem esperei um abraço antes que a noite 
invadisse o meu espaço 
como um desejo esperei. 


mas nada chegou, nem sequer por sms 
quando adormeci, sonhei que os abraços 
eram barcos que foram para o mar 
e se perderam na noite. 


há pouco li nas notícias que apareceram 
conchas nas areias da praia 
mas que todas ela tinham feitios raros 
que lembravam a forma de beijos. 


© Piedade Araújo Sol 2020-12-14 
Imagem : Andrew Wyeth

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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

E como se o poema da água

 Com imenso pesar soube ontem da partida do Eduardo Aleixo como homenagem aqui reedito um poema que fizemos em parceria.

 Que descanse em paz. 2020-12-14

E como se o poema de água
doce ou salgada com aromas de maresia, fosse um refúgio 
de ostras e de pérolas e de vento e de rios e de mar 
fosse escrito em segredo e sem tempo 
apenas com os sons que sobressaem das águas frias 
rebeldes, 
por vezes assassinas, 
e com as tintas invisíveis e sedosas 
das manhãs, 
e das noites 
e com a música das marés fosse escrito, 
uma sinfonia que um dia alguém se lembre de tocar e 
nem escrito, 
nem partitura nem pergaminho exista mas que, 
saísse da boca das conchas e dos búzios, 
e encantasse nos limites das margens dos rios aquele que te ama, 
óh musa, que em seu Museion se esconde 
e onde o Fauno te procura 
mas não pode ver-te, porque 
dissolvida estás nas algas que cobrem os segredos mais íntimos do amor intemporal 
que teces 
não esqueces 
procuras 
anoiteces 
amanheces 
no curso interminável das águas que escondem a cidade misteriosa das pérolas brilhantes, 
belas, mas tão melancolicamente solitárias 
como são todas as Musas...

Este poema é uma parceria de
Autor: Piedade Araújo Sol e : Eduardo Aleixo 
Lisboa 2010/04/20

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

a mulher misteriosa da praia

 



ela transportava sonhos, em todos os seus passos
não admitia que a vida fosse como as baforadas
de fumo de um cigarro que se extinguia.

por isso era hábito, em dias frios e a desoras
ver seu corpo a dançar com uma leveza
cadenciada de uma bailarina experiente
nas areias amarelas e macias da praia.

embora nunca ninguém a ouvisse cantar
ela dançava sem música.

às vezes transportava um braçado de flores
que atirava moderadamente para o mar.

vezes outras sentada no pontão da praia
pintava aguarelas que não assinava
mas oferecia a quem estivesse interessado.

os pescadores da praia todos os dias
esperavam a sua inusitada chegada
e se para eles era motivo de regozijo
para ela era uma terapia.

Autor : © Piedade Araújo Sol 2020-12-06
Imagem :Ruslan Bolgov

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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Há dias ...

 


Há dias em que carrego o meu vazio 
como se fosse um fardo penoso excessivo para mim 
caminho impelida pela dádiva da vida 
que tenho de agradecer a Deus 
e silenciosamente agradeço. 

Recentemente a cidade é um deserto 
e não me cheira a flores nem a coisa nenhuma 
talvez odor de comida e pouco mais 
a cidade está quieta 
amortecida e paralisada de vida. 

Eu gostava de ver a minha cidade desinquieta 
e pulsante de vida e cheiros indecifráveis 
mas talvez seja o vazio que carrego 
que não me deixa ver como era antes 
ou como ela é agora. 

Ao fim do dia arrumo o meu vazio 
empurrando-o energicamente pela janela 
para que se vá com o vento e o frio lá fora 
talvez amanha os meus vazios tenham outra forma 
outro caminho a percorrer. 

E talvez pela rua eu encontro um sorriso anónimo 
que ilumine meu dia como uma história colorida 
ou talvez eu compre um balão 
persuadida que é uma estrela 
quebrando este vazio que carrego comigo. 

© Piedade Araújo Sol 2020-11-30
Foto: Katerina Plotnikova

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