dos voos em mim e de mim
SIMON BIRCH
hoje, entrei no dia com uma
letargia infiltrada em mim que nem me identificava.
a insipidez da alvorada deu lugar a um inexistir de projectos onde o sonho se esmaecia nos confins de todo o meu ser.
exausta e cega de estímulos, olhei procurando uma cor que me desse um afago num despertar contido de belezas.
a insipidez da alvorada deu lugar a um inexistir de projectos onde o sonho se esmaecia nos confins de todo o meu ser.
exausta e cega de estímulos, olhei procurando uma cor que me desse um afago num despertar contido de belezas.
e dei uma pirueta e outra e mais outra.
se bem que, com muito e redobrado esforço, consegui ver os cinzentos mesclados
de rosa e os negros em azuis e, numa miscelânea de cores inimagináveis, eis que
o dia, afinal, é tão-somente aquilo que eu quiser que ele seja.
abraço as palavras, desenho-as, apago as impurezas que a virgindade do papel
não quer, pincelo-as em cores vivas e fortes, esbato-as, apago-as, volto a
colocar outras e outras e mais outras.
o dia é outro.
e eu sou outra.
o vazio que congeminei deu lugar a um espaço cheio, amplo mas, onde e
sempre, cabem todos os pensamentos positivos.
e daqui envio-te o meu abraço no azul desse céu e desse mar.
.
©Piedade Araújo Sol 2012-11-26