
Destilavas veneno com poses estudadas
E escritas numa tourada de embustes
Intrigas e ódios mesquinhos
Bandarilhados numa faena só tua
Usaste as tuas farpas nos cornos
Contra ninguém
Porque eu nunca entrei na arena
Nem quis lutas de capa e espada
Ou orelhas e rabos como troféus
A lide para mim nunca começou
Nem novilhada foi
E se foi, só houve um touro e um toureiro: tu
Eu fui um mero espectador que sorria
Ao lado do inteligente
A ler adulterados olés que saíam de ti
Numa garraiada grotesca sem passo doble
O sarcasmo e a ironia deram lugar
À idiotice em ti escornada
Num enredo que faz lembrar um circo
Onde se existe um palhaço que julga fazer rir
E onde ninguém ri, só sentem dó
Continua a destilar o teu veneno
De forcado sem espada nem muleta
Pelas vertentes da tua própria pequenez
Mas na tua alternativa de peão solitário
Olé
.
Foto:Robik