dias versus dias
ainda me sei acordada nos dias que nascem
entre a cidade e o mar.
onde todo o tempo (que me sobra) ainda é meu
mesmo que algum dia ande desabrido
e eu nem consiga ampliar mais horas,
e por vezes tropeço nas palavras
e até nos passos desordenados com que me movimento
espiando o tempo, e não o desperdiçando,
ainda me faltam tantos livros para ler
tantas pegadas para deixar na areia,
reinventar cores, para colorir as ondas do mar
quando beijam sem cessar a areia da praia,
e voar em bando, e voar em círculo
para furtivamente
debandar na sombra entre o sol e a lua,
e pelo entardecer
plantar na noite o sono
para o sonho desassossegado do poeta.
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