...
eu leio as palavras, que um dia escrevi
ao lusco-fusco
quando tu desenhavas no quarto branco
uma tela com o meu rosto.
para não te importunar,
fui ver os barcos parados no cais,
pela noite de temporal,
lembro que o dia estava morno.
fui ver os barcos parados no cais,
pela noite de temporal,
lembro que o dia estava morno.
tanto tempo passou, tantas luas…
hoje preciso apagar todos os vestígios de ti,
é necessário, só assim lavarei ,esta saudade indefesa que escorre
lânguida e sem pudor, por todos os poros dum corpo
e das palavras que ficaram escondidas.
é necessário, só assim lavarei ,esta saudade indefesa que escorre
lânguida e sem pudor, por todos os poros dum corpo
e das palavras que ficaram escondidas.
é urgente…
hoje rasguei a tela em quatro bocados,
por inexplicável que seja, guardei os bocados
na arca que ainda tem os teus pincéis e as tintas
totalmente secas e dispensáveis.
por inexplicável que seja, guardei os bocados
na arca que ainda tem os teus pincéis e as tintas
totalmente secas e dispensáveis.
© Piedade Araújo Sol 2016-10-24