nas minhas mãos
nas minhas mãos, cabiam todas as tardes em
que eu olhava o rio
e o confundia com o mar brilhante que havia nos teus olhos
por vezes plácido
outras vezes quase colérico
quase revolto,
e o confundia com o mar brilhante que havia nos teus olhos
por vezes plácido
outras vezes quase colérico
quase revolto,
mas as minhas mãos hospedaram tantas vezes as tardes e os dias
que por vezes as palavras foram seda
e a maciez delas em ti foram apenas ocaso
foram ternura desmedida e luz a escorrer em cachão,
as minhas mãos resguardaram o meu mundo
e eu fiquei aqui
nesta margem a tentar prolongar os tons em sépia que o crepúsculo
ainda e sempre nos mimoseia.
© Piedade Araújo Sol 2013-02-26