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Natália Drepina
Tenho as mãos cheias de terra
e esta terra não é minha. Não a sinto minha
é do mundo, e por aqui ficará,
e os campos estão áridos,
e escurecem tristes e esquecidos.
e esta terra não é minha. Não a sinto minha
é do mundo, e por aqui ficará,
e os campos estão áridos,
e escurecem tristes e esquecidos.
Que local é este que não reconheço,
em que instante vim aqui ancorar,
que não me recordo,
mas alguem me chamou,
em canto de pássaro brilhante.
E meu nome ressoou nas colinas,
em eco uníssono,
ou foi apenas impressão minha,
e os meus olhos vagueiam,
e sinto paz em esboços de cor.
As minhas mãos estão limpas,
e a serenidade em toda a sua essência,
diz-me,
que a terra era um símbolo,
num remoinho de sentires.
Não sei nada deste desnorte,
as janelas estão abertas, não as fechei,
tirei as cortinas para melhor ver o dia,
e a porta, essa, apenas está no trinco
podes abrir e entrar.
© Piedade Araújo Sol 2019-02-25