domingo, 29 de maio de 2005

Poema incompleto

Acordei sobre este poema inacabado
espatifei as páginas em branco
e senti que não queria difundir
nada para aqueles espaços despojados
mas rasguei as palavras com cólera
e embrenhei outras para ali
como um puzzle

Adormeci sobre este poema
que nunca será concluído
porque quem o finalizará
serás tu
e não eu…

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Teoria

Inclino-me e estremeço
o espelho dá-me
certezas que não quero ter
A alienação é branca
ou será como um arco-íris
debato me violentamente
e expulso os espectros
que teimam em me acossar
Respiro o cheiro das plantas
e dos plátanos
e bebo a alegria
que entretanto se apodera
de mim e de todo o meu ser
Assim de perfil
abro meus braços
esguios e frágeis
e abraço a vida
que se me afigura
veloz e inteligente
A loucura é absoluta
é branca e trémula
é docee contagiante
É como o passar dos dias
iguais
desiguais
E apanho as cerejas
que a cerejeira
teima em não querer
deixar cair….