Darei voz às vozes surdas
.
Arrumei todos os livros nas prateleiras mais altas
Não lhes queria aparecer em sorrisos imaginários
Para que o cântico dos sonhos morresse de vez nas palavras
Quis inventar crisântemos e riscar a minha pele
Com véus em murmúrios escuros de organza
Cerzidos por linhas cruas de tons densamente nublados
Florescia em mim a memória das coisas amargas
Porque era noite e tinha frio nos caminhos tortuosos
Que de tão ásperos percorria a sangrar num martírio
Estava demasiado cansada para prosseguir submersa
Na asfixia da insónia fertilizada por laivos de pesadelos
Indecifráveis que medravam como as ervas daninhas
Mas vou reler os livros
Darei voz às vozes surdas para que me deixem viver
.
Foto:Katia Chauseva
Para que o cântico dos sonhos morresse de vez nas palavras
Quis inventar crisântemos e riscar a minha pele
Com véus em murmúrios escuros de organza
Cerzidos por linhas cruas de tons densamente nublados
Florescia em mim a memória das coisas amargas
Porque era noite e tinha frio nos caminhos tortuosos
Que de tão ásperos percorria a sangrar num martírio
Estava demasiado cansada para prosseguir submersa
Na asfixia da insónia fertilizada por laivos de pesadelos
Indecifráveis que medravam como as ervas daninhas
Mas vou reler os livros
Darei voz às vozes surdas para que me deixem viver
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Foto:Katia Chauseva