O medo
É à noite que carrego meus medos,
densos, com cores fortes que me desmaiam o ver.
Nessas alturas, reverto-os
e crio um esboço, unicamente meu.
densos, com cores fortes que me desmaiam o ver.
Nessas alturas, reverto-os
e crio um esboço, unicamente meu.
Olho as estrelas
que, com a sua minúscula luminosidade,
me trazem sons de uma melodia ilusória,
e que, embora inaudíveis,
chegam para me tornar um sorriso.
que, com a sua minúscula luminosidade,
me trazem sons de uma melodia ilusória,
e que, embora inaudíveis,
chegam para me tornar um sorriso.
Por vezes, o medo é,
somente um espectro com cores,
que não me atrapalham,
e que consigo afugentar,
da minha retina.
somente um espectro com cores,
que não me atrapalham,
e que consigo afugentar,
da minha retina.
Um dia, tentei pintar o medo.
Ele olhou-me e ciciou-me
com um esgar de repúdio:
- o medo não se pinta.
Ele olhou-me e ciciou-me
com um esgar de repúdio:
- o medo não se pinta.
E eu sei que o medo não se pinta,
mas o pincel rodopiou,
e dele transbordaram cores e cores.
Cores.
mas o pincel rodopiou,
e dele transbordaram cores e cores.
Cores.
Sabes?!
Eu sei!
O medo não se pinta
Mas eu pinto-o
para ele não tomar conta de mim
nem do desenho do meu
VER.
Eu sei!
O medo não se pinta
Mas eu pinto-o
para ele não tomar conta de mim
nem do desenho do meu
VER.
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©Piedade Araújo Sol 2014-05-26