A vida de um poeta
peter neske
Quando lhe faltava inspiração
andarilhava pela cidade, e pensava
no destino, diziam que todos tinham um,
ou um porto onde ancorar.
Não se importava muito com isso,
bastava um farrapo de nuvem,
um sopro de vento,
e a inspiração voltava silenciosa,
por vezes violenta e sem maneiras,
outras vezes,sorrateira e ardilosa.
Outro dia pensou que os seus passos
eram desordenados,quando o seu olhar leu o sentir
no orvalho de uma planta,
cheia de estilhaços de vidros,
de algum espelho que se partiu
e ali foi cair, sobre a planta desprotegida.
Sentiu-se desconfortável porque
colorir a vida, era seu apanágio.
E voar pela escrita, era necessidade
do corpo e da mente.
Nesse dia a folha branca sem mácula e sedutora
à espera de ser escrita
continuou impecavelmente em branco
enjeitada sobre a secretária,sem uma letra sequer…
andarilhava pela cidade, e pensava
no destino, diziam que todos tinham um,
ou um porto onde ancorar.
Não se importava muito com isso,
bastava um farrapo de nuvem,
um sopro de vento,
e a inspiração voltava silenciosa,
por vezes violenta e sem maneiras,
outras vezes,sorrateira e ardilosa.
Outro dia pensou que os seus passos
eram desordenados,quando o seu olhar leu o sentir
no orvalho de uma planta,
cheia de estilhaços de vidros,
de algum espelho que se partiu
e ali foi cair, sobre a planta desprotegida.
Sentiu-se desconfortável porque
colorir a vida, era seu apanágio.
E voar pela escrita, era necessidade
do corpo e da mente.
Nesse dia a folha branca sem mácula e sedutora
à espera de ser escrita
continuou impecavelmente em branco
enjeitada sobre a secretária,sem uma letra sequer…
© Piedade Araújo Sol 2016-11-28