terça-feira, 25 de junho de 2019
terça-feira, 18 de junho de 2019
Serenos passam os dias
Serenos passam os dias
e a obstinação se insinua
nos gestos, nos pensamentos
e no olhar gasto.
e a obstinação se insinua
nos gestos, nos pensamentos
e no olhar gasto.
Desata essa mágoa que arruína
o ser, deixa que o mar
purifique o teu corpo
e em ti escorra o sal.
Ergue o teu olhar
ao final da tarde
absorve o horizonte
e deixa voar os teus temores.
©Piedade Araújo Sol 2019-06-17
Foto:Paul Kelley
Foto:Paul Kelley
terça-feira, 11 de junho de 2019
utopias
não se vive de utopias. eu vivo. eu sou a minha própria utopia.
tenho uma vida cheia de sonhos dispersos. renovo-os todos os dias.
todos os dias engenho novos sonhos.
um dia quando cheguei à cidade grande, trazia na tralha apenas uma vontade.
e a vontade morreu com a quimera e a realidade singrou nos destroços das ambiguidades.
eu sou a minha própria utopia transformada em júbilo ao imaginar os cânticos dos anjos, que por vezes sinto a entoarem salmos incógnitos.
eu trago o azul celeste dos céus na minha utopia transformada em devaneio...
tenho uma vida cheia de sonhos dispersos. renovo-os todos os dias.
todos os dias engenho novos sonhos.
um dia quando cheguei à cidade grande, trazia na tralha apenas uma vontade.
e a vontade morreu com a quimera e a realidade singrou nos destroços das ambiguidades.
eu sou a minha própria utopia transformada em júbilo ao imaginar os cânticos dos anjos, que por vezes sinto a entoarem salmos incógnitos.
eu trago o azul celeste dos céus na minha utopia transformada em devaneio...
©Piedade Araújo Sol 2007-06-09
Foto:Anya Anti
Foto:Anya Anti
terça-feira, 4 de junho de 2019
Apenas um livro em chamas, apenas fogo
Eras um livro sem ser livro
Tinhas e eras voz
Eras repercussão transformado em
murmúrios nas tardes coloridas
de um outono que se
metamorfoseava em verão.
Eras repercussão transformado em
murmúrios nas tardes coloridas
de um outono que se
metamorfoseava em verão.
Como podias ser ignorado?
Quando até o perfume se entranhava no ar que respirávamos
eu e tu.
Quando até o perfume se entranhava no ar que respirávamos
eu e tu.
Porque não te fechei, como se fosses um livro que não queria ler
e te coloquei nas prateleiras mais altas da estante da biblioteca?
e te coloquei nas prateleiras mais altas da estante da biblioteca?
E por cada página lida
Em cada sílaba
Em cada vírgula
Em cada ponto
Era sempre uma nova descoberta
O saborear de um novo prazer
em permanente concepção.
Em cada sílaba
Em cada vírgula
Em cada ponto
Era sempre uma nova descoberta
O saborear de um novo prazer
em permanente concepção.
Porque não te ignorei, desde o primeiro momento?
Porque sinto ainda esta estranheza,
e este frio desassossegado,
onde a raiva e a ternura são fogos,
deslizantes em mim e nessas páginas,
que de tanto as ler,
e de tanto as querer ignorar,
apenas restam estas chamas em que me queimo e me desfaço,
num laço que desenlaço,
de um corpo que resiste .
e este frio desassossegado,
onde a raiva e a ternura são fogos,
deslizantes em mim e nessas páginas,
que de tanto as ler,
e de tanto as querer ignorar,
apenas restam estas chamas em que me queimo e me desfaço,
num laço que desenlaço,
de um corpo que resiste .
E resta
apenas um livro em chamas , apenas fogo.
apenas um livro em chamas , apenas fogo.
©Piedade Araújo Sol 2015-04-11
Foto: Viktor Dikanchev
Foto: Viktor Dikanchev