Podias
Mariska karto
Podias sempre rejeitar ,
essa loucura ríspida,
a infiltrar-se nos espelhos quebrados,
que se estendem ao luar,
na casa abandonada, no cimo do monte,
onde a madeira corroída do chão,
parece gemer dorida e enlouquecida.
essa loucura ríspida,
a infiltrar-se nos espelhos quebrados,
que se estendem ao luar,
na casa abandonada, no cimo do monte,
onde a madeira corroída do chão,
parece gemer dorida e enlouquecida.
Podias desviar o olhar,
e imaginar só coisas belas.
e imaginar só coisas belas.
A hera tomou conta das paredes,
e do telhado em abandono,
espreita um abismo que se desmorona,
em cada gesto de memória presente,
no olhar dolente e no meio dessa loucura ,
inebriada e entorpecida numa fresta insondável,
e num filamento de luz.
e do telhado em abandono,
espreita um abismo que se desmorona,
em cada gesto de memória presente,
no olhar dolente e no meio dessa loucura ,
inebriada e entorpecida numa fresta insondável,
e num filamento de luz.
Podias imaginar a bonança,
em meio da tempestade.
em meio da tempestade.
A brisa indiscreta,
voluteia em jeito alucinado,
por entre as tábuas do chão quase,
sem chão, apenas folhas amarelecidas,
e a cama em dossel que já foi leito de alguém,
jaz com resquícios de uma reminiscência inacabada,
e de um sonho agonizante.
voluteia em jeito alucinado,
por entre as tábuas do chão quase,
sem chão, apenas folhas amarelecidas,
e a cama em dossel que já foi leito de alguém,
jaz com resquícios de uma reminiscência inacabada,
e de um sonho agonizante.
Podias esquecer tudo ,
mas
apenas te apetece voar através do azul.
apenas te apetece voar através do azul.
©Piedade Araújo Sol 2015-05-25