Ternuras de Poeta
Há poemas que não se podem escrever
pois seriam apenas vocábulos, que
nem merecem sequer ser recitados,
porque a raiva inundaria de ternura as palavras do poeta.
pois seriam apenas vocábulos, que
nem merecem sequer ser recitados,
porque a raiva inundaria de ternura as palavras do poeta.
E depois, que seria das cores esquivas,
com que não se podem colorir no poema,
em dias de névoa como hoje,
em que a brisa roça apenas a pele seca.
com que não se podem colorir no poema,
em dias de névoa como hoje,
em que a brisa roça apenas a pele seca.
Que seria das minhas mãos sem rabiscar
letras alinhadas ou simplesmente sem nexo,mas
sem pintar afectos, desilusões amores e desamores,
em papéis dispersos no tempo.
letras alinhadas ou simplesmente sem nexo,mas
sem pintar afectos, desilusões amores e desamores,
em papéis dispersos no tempo.
Não sei a grandeza incólume do destino,
mas sei o reflexo que deixo sempre transpor,
nos dias em que a luz escassa não dá tréguas,
nem me deixa desenrolar o dia com fios de luz como eu desejaria.
mas sei o reflexo que deixo sempre transpor,
nos dias em que a luz escassa não dá tréguas,
nem me deixa desenrolar o dia com fios de luz como eu desejaria.
E sei que o mais belo poema é
feito,
não de palavras soltas
mas de alegrias, dores e sentimentos,
que o Poeta gosta de ornamentar numa tela
dependurada no acaso que é a vida.
não de palavras soltas
mas de alegrias, dores e sentimentos,
que o Poeta gosta de ornamentar numa tela
dependurada no acaso que é a vida.
©Piedade Araújo Sol
2016-01-22