terça-feira, 27 de agosto de 2013
terça-feira, 20 de agosto de 2013
A menina dos olhos cor de mar
Desenhaste a menina dos olhos cor de mar.
Era assim que se chamava a tela
Talvez fosse mais correto a menina dos cabelos de mar
Mas os cabelos não se querem azuis (ou verdes) e os olhos podem ser
apenas um erro de genética.
A menina brinca com os olhos no VER, azul sem ser azul, apenas mar
e pinta cores, dança em palcos – vazios de VER e sentires,
mas onde o sorriso ainda se dilata para além do mar.
E, nós mudámos.
Os caminhos entreolharam-se espantados sem saber os rumos,
e as rotas ficaram aquém no mapa dos sentidos desatentos.
A poesia é uma ilha pensava ela,
e ela nunca sente sequer nostalgia,
apenas um espanto intraduzível em palavras.
Afinal
a paleta tem todas as cores, tem todos os azuis, tem todos os matizes,
mas,
está arrumada sem culpas, no fundo dum esboço que tu esqueceste,
esboço apenas, mais nada relevante,
nem a poesia do teu desenho em que figurava a menina dos olhos cor de mar.
Talvez fosse mais correto a menina dos cabelos de mar
Mas os cabelos não se querem azuis (ou verdes) e os olhos podem ser
apenas um erro de genética.
A menina brinca com os olhos no VER, azul sem ser azul, apenas mar
e pinta cores, dança em palcos – vazios de VER e sentires,
mas onde o sorriso ainda se dilata para além do mar.
E, nós mudámos.
Os caminhos entreolharam-se espantados sem saber os rumos,
e as rotas ficaram aquém no mapa dos sentidos desatentos.
A poesia é uma ilha pensava ela,
e ela nunca sente sequer nostalgia,
apenas um espanto intraduzível em palavras.
Afinal
a paleta tem todas as cores, tem todos os azuis, tem todos os matizes,
mas,
está arrumada sem culpas, no fundo dum esboço que tu esqueceste,
esboço apenas, mais nada relevante,
nem a poesia do teu desenho em que figurava a menina dos olhos cor de mar.
Ou tão somente EU
©Piedade Araújo Sol 2013-08-19
©Piedade Araújo Sol 2013-08-19
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Eu não sei o que há em ti
Brent Heighton
sem que eu aguardasse,
foste sombra que se tornou corpo,
imperturbavelmente, sem alardes,
arreigando-se, sem que eu conjecturasse.
foste sombra que se tornou corpo,
imperturbavelmente, sem alardes,
arreigando-se, sem que eu conjecturasse.
eu desatenta , eu no meu mundo
fui cedendo, cedendo
uma centelha havia,
que me incendiava mansamente.
fui cedendo, cedendo
uma centelha havia,
que me incendiava mansamente.
talvez o brilho do olhar,
em tons de cinza e verde,
ou o teu riso a ecoar no ar,
e no mar em forma de repercussão.
em tons de cinza e verde,
ou o teu riso a ecoar no ar,
e no mar em forma de repercussão.
não sei, e nunca saberei,
porque teço o meu caminho em ti,
sem ti, se os meus gestos enlaçam,
as palavras em nós, sem nós.
porque teço o meu caminho em ti,
sem ti, se os meus gestos enlaçam,
as palavras em nós, sem nós.
um rastilho que derrama,
um poema em construção,
uma urgência em acertar,
os passos em desvairo no destino.
tudo em ti me afogueia,
na combustão activa,
das tuas mãos de veludo,
a resvalar no meu corpo sedento.
um poema em construção,
uma urgência em acertar,
os passos em desvairo no destino.
tudo em ti me afogueia,
na combustão activa,
das tuas mãos de veludo,
a resvalar no meu corpo sedento.
sem que eu soubesse ou esperasse,
e sei-te agora e espero,
o primórdio do dia (dias),
com a chegada do sol em nós.
porque há em ti algo que eu nunca vou saber entender,
ou perceber nos ciclos das estações,
que não sei nem consigo travar.
e sei-te agora e espero,
o primórdio do dia (dias),
com a chegada do sol em nós.
porque há em ti algo que eu nunca vou saber entender,
ou perceber nos ciclos das estações,
que não sei nem consigo travar.
© Piedade Araújo Sol 2013-08-12
Poema comentário em resposta a "eu não sei o que há em ti"
http://cantodaboca.blogspot.pt/
Poema comentário em resposta a "eu não sei o que há em ti"
http://cantodaboca.blogspot.pt/
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Se eu pudesse
Para Otília Martell
Se eu pudesse, pegava nas palavras e passeava-as,
como se elas pudessem dissipar
as fronteiras e os horizontes,
e o próprio universo se encarregasse de
nos oferecer todos os dias,
um ponto de referência,
onde o oiro do sol fosse igual para todos,
e os pingos de chuva que caem sobre a terra ressequida,
fossem apenas as lágrimas do excesso das flores,
que destilavam de alegria.
como se elas pudessem dissipar
as fronteiras e os horizontes,
e o próprio universo se encarregasse de
nos oferecer todos os dias,
um ponto de referência,
onde o oiro do sol fosse igual para todos,
e os pingos de chuva que caem sobre a terra ressequida,
fossem apenas as lágrimas do excesso das flores,
que destilavam de alegria.
Eis acolá (além)
um pássaro que entoa enlevado em seu canto,
e por segundos – breves,
as palavras afogueiam o meu dia,
e na minha alma de menina,
eu acho que seria capaz de matizar,
uma aguarela inteira de palavras,
e apenas com suas cores,
o mundo seria mais fraterno,
e mais suave.
© Piedade Araújo Sol 2013-08-06