terça-feira, 28 de outubro de 2008
terça-feira, 21 de outubro de 2008
nas margens do rio
continuo a meditar defronte de um tempo fragilizado pela nostalgia. jamais consegui compreender os olhares dúbios com que me procuravas junto ao rio. ainda hoje sinto o frio do sol-posto dos dias de outubro. e as minhas mãos nas tuas. enquanto lá fora tudo era lúgubre e gelado, o fogo devorava-me inteira em labaredas lúcidas de desejos inegáveis.
ainda hoje deambulam memórias que não quero extintas em mim, e medito se foram realidades ou apenas fantasias que se entranharam na minha pele, nesta vontade louca de saborear a presença desses olhares flutuantes sobre mim. eu sempre tão indefesa e atraída, parecendo esquecida de mim.
não quero apagar esses olhares, não quero cinzas espalhadas nas margens de mim transformada em rio.
quero continuar sossegada… a beber o teu olhar. à tua espera deitada nas margens do rio…
ainda hoje deambulam memórias que não quero extintas em mim, e medito se foram realidades ou apenas fantasias que se entranharam na minha pele, nesta vontade louca de saborear a presença desses olhares flutuantes sobre mim. eu sempre tão indefesa e atraída, parecendo esquecida de mim.
não quero apagar esses olhares, não quero cinzas espalhadas nas margens de mim transformada em rio.
quero continuar sossegada… a beber o teu olhar. à tua espera deitada nas margens do rio…
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Foto:Skadik
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Mataram-me os sonhos
Estou na orla da praia e sonho! Nem uma réstia de sol!
Só um orvalho salgado desenhado nuns olhos verdes que se emaranham com o vento da tarde delineada sobre o mar.
Eu sei que os sonhos morreram no poente, como a tarde morre no âmago da noite que se avizinha salpicada em escarpas salinas sobre mim e sobre o mar.
Tenho ecos de silêncios em melodramas gastos nos enganos meus, que eu intitulo de sonhos.
Olho as gaivotas quietas.
Será que elas têem sonhos?
A praia está deserta,niguem me ouve, ninguém me vê, sei que posso gritar, posso sacudir esta mania de sonhar,enganos meus.
Só porque tive a audácia de querer beijar o sol, sinto-me e estou em carne viva.
Tenho utopias que nunca me deixaram sonhar!
As lâminas cortaram-me os sonhos!
Os meus braços estão prostrados.
E eu só queria abraçar o meu sonho feito uma partícula dum olhar mar sem limites!
Só um orvalho salgado desenhado nuns olhos verdes que se emaranham com o vento da tarde delineada sobre o mar.
Eu sei que os sonhos morreram no poente, como a tarde morre no âmago da noite que se avizinha salpicada em escarpas salinas sobre mim e sobre o mar.
Tenho ecos de silêncios em melodramas gastos nos enganos meus, que eu intitulo de sonhos.
Olho as gaivotas quietas.
Será que elas têem sonhos?
A praia está deserta,niguem me ouve, ninguém me vê, sei que posso gritar, posso sacudir esta mania de sonhar,enganos meus.
Só porque tive a audácia de querer beijar o sol, sinto-me e estou em carne viva.
Tenho utopias que nunca me deixaram sonhar!
As lâminas cortaram-me os sonhos!
Os meus braços estão prostrados.
E eu só queria abraçar o meu sonho feito uma partícula dum olhar mar sem limites!
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Monólogo do tempo
Não sei das estações que passam em mim, nem das silhuetas que desfilam em sintonia quase perfeita.
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Por vezes translúcidas e outras não sei que nome lhes possa dar.
Dizem que tudo mudou, até o tempo, e eu acho que o tempo mudou no tempo em que nós nos esquecemos de ter tempo. Por isso eu não sei as estações em mim nem no tempo.
Todas as palavras flutuam e caem desprotegidas no papel que não tem culpa de todas as frases que se forjam e se escrevem e nada dizem. Que por vezes dizem sem querer e sem querer não dizem o que se quis dizer.
Dizem que anda tudo nas nuvens e quando eu olho o céu com as nuvens destrambelhadas costumo dizer:
- Hoje os anjos não varreram o céu!
Não sei das estações que passaram em mim…não sei, e também não me importa saber…
.
©Piedade Araújo Sol
Dizem que tudo mudou, até o tempo, e eu acho que o tempo mudou no tempo em que nós nos esquecemos de ter tempo. Por isso eu não sei as estações em mim nem no tempo.
Todas as palavras flutuam e caem desprotegidas no papel que não tem culpa de todas as frases que se forjam e se escrevem e nada dizem. Que por vezes dizem sem querer e sem querer não dizem o que se quis dizer.
Dizem que anda tudo nas nuvens e quando eu olho o céu com as nuvens destrambelhadas costumo dizer:
- Hoje os anjos não varreram o céu!
Não sei das estações que passaram em mim…não sei, e também não me importa saber…
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©Piedade Araújo Sol
um prémio
através da Carla http://palavrasemdesalinho.blogspot.com/ recebi este prémio. obrigada
Etiquetas: premios