quinta-feira, 29 de junho de 2006
terça-feira, 27 de junho de 2006
A tela
Coloquei a tela que pintei no hall da entrada de casa. Pintei-a em tons de cinza e verde, e assim todos os dias, quando abro a porta , olho-a e sorrio, como se ela fosse um pouco de ti, e do teu olhar. E eu sei que é simplesmente, e, somente só mais uma tela.
Tudo até poderia ser diferente, mas também nunca cheguei a perceber que mistérios encerras, quando me olhas com um misto de algo que eu nunca saberei decifrar, e tu nem sequer te preocuparás em me explicar.
Não sei que vi nesse olhar, mas se um dia conseguir decifrar acho que guardarei esse segredo só para mim, e assim poderás sempre dizer que eu sou como uma ostra e que nunca irás me entender.
Não sei que vi em teus olhos, mas sempre que me lembro deles, apetece-me mergulhar nesse olhar...
segunda-feira, 26 de junho de 2006
E eu sei que tremia
E eu sei que as minhas mãos
e todo o meu corpo tremia
E sei também
Que por momentos
Flutuei em nuvens fofas de voluptuosidade
E eu sei que era Verão, mas para mim
todas as estações vindouras
confundiram-se
E hoje já não sei se era
ou não verão
Porque a partir desse dia,
todas as estações passaram
a ser sempre Verão
para mim
E eu sei que naquele dia
Eu não era eu
E que teu corpo era um rio
Que desaguava na foz de outro rio
Um rio corpo
Já nem sei se eram as minhas mãos que tremiam
Ou se elas deixaram de viver nesse momento
E hoje quando as olho.
As minhas mãos, vejo que são as mesmas
de todos os dias.E já não sei se foram
essas que estremeceram num dia de Verão, ou no dia
de todos as estações possíveis
E já não tenho convicção
se era o meu, ou o teu corpo que tremia
como espigas de trigo numa seara imensa
num dia de verão....
sexta-feira, 23 de junho de 2006
quinta-feira, 22 de junho de 2006
segunda-feira, 19 de junho de 2006
Resignação
“Vou para o mar pescar. Vens comigo?”
não posso ir
doem-meferidas
ainda,
as palavras atiradas
como "estilhas"
meus olhos da cordesse mar
doem-meainda
minha pele
molhada
e (amar) rotadaainda,
nas curvas do teu corpo
perdeu o sal
e
a cor...
calo esta vontade
de gritar com a força
da minha dor...
Sim!
Quero ir para o mar,
Contigo….
quinta-feira, 1 de junho de 2006
Falesia
“Eu acordo todos os dias a ver-o-mar”
não sabia que acordavas a ver-o-mar
sempre pensei que era o mar
que acordava nos teus olhos
nesta falésia derramei madrugadas
e nelas me perdi a ver-o-mar
existente na cor do teu olhar
e recordo enquanto olho
os calhaus que a água
lambe extenuada
nesta falésia invoco teu nome
que se perde num eco abafado
a querer sulcar os céus
não sabia que acordavas a ver-o-mar
sempre pensei que os teus olhos
eram o mar....