terça-feira, 30 de janeiro de 2007
sábado, 27 de janeiro de 2007
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
lengalenga das tuas mãos
Eu podia pegar nas tuas mãos e dizer-te palavras bonitas e sei que elas já não significam nada.
Naquele outro tempo, eu pegava na tua mão e ela segurava a minha, assim, como se fossem as duas uma só.
E hoje as tuas mãos devem segurar outras que se encaixam nas tuas, como as minhas, um dia se encaixaram.
E eu podia escrever textos e cartas e até poemas, com palavras belas e cheia de ternura, mas eu não sei se alguma vez, o significado que eu lhe daria, seria compreendido por alguém.
E eu sei que a vida é bela, e não sei porque, às vezes, eu vejo a vida a passar e fico para aqui alheada dela.
Queria escrever que a felicidade é sentir que a solidão afinal pode ser compartilhada, e que as minhas mãos por vezes ainda sentem o calor das tuas, embora os meus dedos, já não se entrelaçam nos teus, e, penso que elas, as tuas mãos continuam macias e levam outras mãos a caminhar pelas palavras bonitas que eu podia dizer e que sei escrever e que talvez hoje já não significam nada...
(Foto :Paulo César)
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
há poemas esquecidos...
Há poemas esquecidos no fundo da noite...
Penetro num espaço que não é meu. Respiro o ar viciado dos cigarros que não fumei, e sinto a solidão nos rostos que desfiam sorrisos na noite parda, esquecida em bebidas agridoces, servidas em copos de vidro. Não há agua que sacie a minha sede. A minha garganta está seca. No fundo da sala alguém coloca música misturando sons, que se formam em ecos. Na penumbra. Os corpos oscilam entre espasmos de alegria ou nostalgia disfarçada.
Há poemas esquecidos no meu olhar e no fundo da noite….
Penetro num espaço que não é meu. Respiro o ar viciado dos cigarros que não fumei, e sinto a solidão nos rostos que desfiam sorrisos na noite parda, esquecida em bebidas agridoces, servidas em copos de vidro. Não há agua que sacie a minha sede. A minha garganta está seca. No fundo da sala alguém coloca música misturando sons, que se formam em ecos. Na penumbra. Os corpos oscilam entre espasmos de alegria ou nostalgia disfarçada.
Há poemas esquecidos no meu olhar e no fundo da noite….
(Foto:Mastrangelo Reino)
quarta-feira, 3 de janeiro de 2007
palavras perdidas
Fica assim junto de mim. Não fales. Abraça-me somente. Tenho frio. Tanto frio. Aquece-me com o teu corpo, e se falares, fala de coisas triviais, tais como o riacho que corria junto da casa grande.
Mas isso, seria falar no passado, e eu não quero me recordar se tenho ou tive passado, ou que tenho ainda futuro.
Não fales por favor, se falares o tempo passará mais ligeiramente, por isso, deixa-te ficar simplesmente aqui. Deixa que teu corpo se confunda com o meu, e que nada nem ninguém possa sequer pressentir ou diferenciar que temos odores diferentes.
Entoa devagar uma canção, e, eu imagino que alguém te acompanha ao piano que está na sala grande emitindo sons suaves e melancólicos. O piano! Faz tanto tempo que ninguém lhe toca. Nem sei se emitiria sequer algum som.
Tive o cuidado de apagar todas as luzes, e corri as cortinas, por isso não me digas que horas são, se é cedo ou tarde.
Estranhamente deixa que no escuro eu visiono teu olhar que resplandece de ternura, com um sorriso que só eu conheço e sei como é.
Sente lá fora a chuva que cai sobre os degraus, e pega nas minhas mãos que estão hoje tão cansadas de misturar tintas para assimilar cores que já não consigo passar para a tela, abandonada no cavalete que se encontra no fundo do atelier onde a luz é mais natural e mais crua.
Abraça-me, deixa sentir tuas mãos macias , e prolonga o mais possível esta partilha, antes de, e, mais uma vez partires.
Quando chegar a hora sai de mansinho, não precisas fechar a porta, sai simplesmente, mas por favor, não me digas Adeus....
(Foto de Paulo César)
Mas isso, seria falar no passado, e eu não quero me recordar se tenho ou tive passado, ou que tenho ainda futuro.
Não fales por favor, se falares o tempo passará mais ligeiramente, por isso, deixa-te ficar simplesmente aqui. Deixa que teu corpo se confunda com o meu, e que nada nem ninguém possa sequer pressentir ou diferenciar que temos odores diferentes.
Entoa devagar uma canção, e, eu imagino que alguém te acompanha ao piano que está na sala grande emitindo sons suaves e melancólicos. O piano! Faz tanto tempo que ninguém lhe toca. Nem sei se emitiria sequer algum som.
Tive o cuidado de apagar todas as luzes, e corri as cortinas, por isso não me digas que horas são, se é cedo ou tarde.
Estranhamente deixa que no escuro eu visiono teu olhar que resplandece de ternura, com um sorriso que só eu conheço e sei como é.
Sente lá fora a chuva que cai sobre os degraus, e pega nas minhas mãos que estão hoje tão cansadas de misturar tintas para assimilar cores que já não consigo passar para a tela, abandonada no cavalete que se encontra no fundo do atelier onde a luz é mais natural e mais crua.
Abraça-me, deixa sentir tuas mãos macias , e prolonga o mais possível esta partilha, antes de, e, mais uma vez partires.
Quando chegar a hora sai de mansinho, não precisas fechar a porta, sai simplesmente, mas por favor, não me digas Adeus....
(Foto de Paulo César)