do outro lado do poema
do outro lado do poema
sei dos ventos que sopram a rebate
e travam a palavra manchada de sangue e lágrimase sei das noites onde os fantasmas se gladiam
no deslumbramento das curvas de um corpo - poema
- o teu -
.
nas fantasmagóricas cenas de um brado
que se desfaz nos gumes das facas – pérolas
que se engodam na saliva metamorfoseada
no seco que a faringe – magoada -
não sente
anestesiada e sem retorno.
.
e em bebedeiras de lume e sudação
os trejeitos são tudo – nada
nuances de luxúria
íntimas e desagregadas
na mescla homogénea de (os) corpos – poema.
Foto:aniawojszel