escrevo
escrevo na noite que o dia pariu, aferrolhada numa ambiguidade dissolvida em mágoa desmedida, quando constato que (já) não sei de ti, nem tão pouco de mim, que me perdi sem me ter perdido, num alvéolo imperfeito e tecido em incógnitas de rebeldias e lágrimas sem razão.
lá fora a chuva cai sem dar tréguas num tempo ou num destempo de tudo ( ou apenas de mim), mas sei que escrevo, como se assim pudesse lavar a alma, como lá fora a chuva lava as ruas inundando as sarjetas, e humedecendo a lama. e eu sinto um bafejo enregelado dentro e fora de mim.
escrevo e rasgo. o cesto dos papéis parece escarnecer de mim, quando faço pontaria com mais uma bola de papel, escrita em fragmentos de letras e coisas que não dizem nada de nada.(ou dizem?) .
saio e caminho por entre a chuva. sei que o dia renascerá, para mim que já nem sei de mim e para ti que (talvez) também nem saibas mais de ti. (e nem tão pouco de mim).
lá fora a chuva cai sem dar tréguas num tempo ou num destempo de tudo ( ou apenas de mim), mas sei que escrevo, como se assim pudesse lavar a alma, como lá fora a chuva lava as ruas inundando as sarjetas, e humedecendo a lama. e eu sinto um bafejo enregelado dentro e fora de mim.
escrevo e rasgo. o cesto dos papéis parece escarnecer de mim, quando faço pontaria com mais uma bola de papel, escrita em fragmentos de letras e coisas que não dizem nada de nada.(ou dizem?) .
saio e caminho por entre a chuva. sei que o dia renascerá, para mim que já nem sei de mim e para ti que (talvez) também nem saibas mais de ti. (e nem tão pouco de mim).
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