A manhã glacial e enevoada
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Os plátanos ficaram despidos
e, no ar onde se agitam estilhaços
que voam em mim como o emudecer
da manhã que rebentou glacial e enevoada,
sopro o pólen
que me agride as narinas magoadas.
Os plátanos ficaram despidos
e, no ar onde se agitam estilhaços
que voam em mim como o emudecer
da manhã que rebentou glacial e enevoada,
sopro o pólen
que me agride as narinas magoadas.
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Não sei por que o desejo esvoaça
e se ri de mim, embriagado,
apesar do frio da manhã
e depois duma noite sem sono, nem sonhos.
Não sei por que o desejo esvoaça
e se ri de mim, embriagado,
apesar do frio da manhã
e depois duma noite sem sono, nem sonhos.
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Escondo as feridas que deixaram cicatrizes
expostas, inflamadas, dolentes,
porque, ébria de ti, quero perder-me nos teus olhos
para encontrar o sentir que navega no teu peito.
Escondo as feridas que deixaram cicatrizes
expostas, inflamadas, dolentes,
porque, ébria de ti, quero perder-me nos teus olhos
para encontrar o sentir que navega no teu peito.
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©Piedade Araújo Sol 2010-11-23 (reeditado)
©Piedade Araújo Sol 2010-11-23 (reeditado)