desaguaram em todos os desencontros
Mariska Karto
das palavras levadas
na maciez (?)
dos silêncios,
desaguaram todos os desencontros.
dos silêncios,
desaguaram todos os desencontros.
nas escadas em
caracol,
da casa abandonada da praia
nenhum gesto ficou.
da casa abandonada da praia
nenhum gesto ficou.
apenas um bocado de jornal
desbotado pelo tempo,
e que o vento não levou,
jaz morto e contorcido entre beatas de cigarros.
e que o vento não levou,
jaz morto e contorcido entre beatas de cigarros.
e em cada primavera
nasceu uma flor,
que de estação em estação, resiste teimosa às intempéries do vento
que a chicoteia juntamente com a areia.
que de estação em estação, resiste teimosa às intempéries do vento
que a chicoteia juntamente com a areia.
mas, o pior dos
desencontros,
é este fragmento estilhaçado,
numa memória em lamento calado.
é este fragmento estilhaçado,
numa memória em lamento calado.
num sonambulismo de
sombras e fantasmas,
os vestígios que ficaram alongados no chão,
são apenas uma espécie de monólogo.
os vestígios que ficaram alongados no chão,
são apenas uma espécie de monólogo.
©Piedade Araújo
Sol 2016-04-26