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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Outros tempos


Faz tempo que não voltava ao teu cais.
Sabes, tudo está modificado.
Nada é como foi no teu tempo.

No tempo em que tu olhavas o mar,
sabias como seria o dia
e a saída dos pescadores para a faina.

Olhei e já não vi os barcos daquele tempo.
Alguns estavam atracados,
como se despedaçassem em lágrimas.

Alguns completamente inúteis,
outros, esperando melhores dias,
na calmíssima erosão deles.

Uma luz apressada surgiu,
e fechei os olhos, pois acho que me correu
um pouco do sal das marés,ou um cisco salgado
se afogou nos meus olhos, e no meu ser,
traduzido em saudades.

©Piedade Araújo Sol 01-09-2025
Imagem : Michal Zahornacky

9 comentários:

  1. E vivemos a saudade dos tempos...
    Beijos e abraços
    Marta

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  2. As saudades corroem-nos. Escreve ajuda.
    Um abraço.

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  3. Πολυ όμορφο και μελανχολικό!

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  4. Boa noite Pity,
    Um poema sublime que muito apreciei.
    Tempos outros, de que hoje restam apenas as saudades, que fazem doer.
    Um bejinho e feliz setembro.
    Emília

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  5. A vida vai dando voltas ... o tempo não termina ,só muda de lugar.. Importa mesmo Pity é que depois do inverno a primavera cobre novamente de cores ,os campos.
    também te abraço, novamente.

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  6. Boa noite de paz, querida amiga Pity!
    Fiquei percorrendo seu poema e revendo o que aqui contemplo numa certa parte da cidade.
    Alguns barcos estão atracados talvez chorando... como você poetou, pelo abandono...
    Tenha um setembro abençoado!
    Beijinhos fraternos

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  7. Sublime e melancólico poema...
    A vida, com os dedos da memória, vai escrevendo todas os momentos marcantes no livro do percurso da vida.
    Por vezes a saudade, surgindo de rompante, enche o coração com recordações,tocantes, de outrora...nascendo o poema!

    Beijinho e óptimo dia com paz e saúde,Pity.😘

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  8. Olá querida Piedade! Oh, querida Piedade... eram outros tempos! Eram outros tempos. Tempos que levam à saudade. Quando olhamos para essas coisas, já velhas... e lembramos aquilo que foram. Como a compreendo neste poema. Abraços! 🤗

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