Pareceu-me ouvir a tua voz —
ou foi apenas ilusão sonora?
O carro desliza, janela aberta,
talvez um eco vindo da rua.
A curva da estrada é a mesma.
Serei eu que a sinto mais fechada?
Ou o corpo já não a recorda,
e apenas supõe, hesita, se engana?
Uma nesga de luz ao fundo,
mas só vislumbro as sombras
das árvores, queimadas de sede,
muitas calcinadas pelo fogo.
A minha vida encurva-se num aperto
onde já não há remendo.
Outrora, a vida teve outro pulso —
agora, sonho acordada com os mares do sul.
© Piedade Araújo Sol 25-08-2025
Imagem : Anastasia Volkova
Há sombras, há outra percepção da vida... e vive-se na memória de tempos idos....
ResponderEliminarBeijos e abraços
Marta
Potser un desig, tot plegat? Una abraçada, Piedade
ResponderEliminarA sensação de que já vivemos aquele momento.
ResponderEliminarUm abraço.
Quando se atenta ao que nos foi dito
ResponderEliminarSempre imaginamos ouvir a voz de quem o disse
Leio-te
e acredita que oiço a tua voz
tendo ao fundo
o som do rebentar das ondas
desses mares do sul
que me acordam
Beijo de admirador
Profundo poema. te mando un beso.
ResponderEliminarBoa noite de paz, querida amiga Pity!
ResponderEliminarOutrora a vida teve outro pulso...
Verdade!
Tudo vai mudando e nós guardamos lembranças inesquecíveis do vivido em outros mares.
Tenha novos dias abençoados!
Beijinhos fraternos
Belíssimo poema sobre a memória, ilusão e nostalgia, onde se sente a vida a encurtar, ansiando-se por um passado que é idealizado, contrastando com a desolação do presente.
ResponderEliminarParabéns, Pity.
Beijinho e óptimo fim de dia com paz e saúde.😘
Pity!Esse seu poema é quase cinematográfico.
ResponderEliminarcheio de nuances e percepções.
Uau, tanto tempo depois aqui regresso eu:-) e continuo a adorar
ResponderEliminarAplaudo, maravilhoso, querida Piedade, na verdade as coisas mudam mais depressa do que esperamos. A última estrofe está lindo demais.
ResponderEliminarUma feliz quinta feira.
Beijos;
Boa noite Pity,
ResponderEliminarUm poema belo e profundo em que se pode entender as marcas que os incêndios, que têm devastado tanta floresta, deixam no sentir da Poeta.
Gostei muito das metáforas que envolvem todo o poema.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Emília
Olá querida Piedade, mais um belíssimo poema! A última estrofe é fantástica e mostra muito bem o contraste entre o peso da vida e o sonho da liberdade. Maravilha! Abraços! 🤗
ResponderEliminarEl viento trae ecos de lo que fuimos. A veces, una voz que ya no está parece volver solo para que recordemos que alguna vez estuvo cerca. Me ha encantado el poema, Piedade ❤️
ResponderEliminarBuen fin de semana!