Mar de Dentro
Não limpes a lágrima
- chora-a até ao fim
hajota
há dias em que os tumultos
se entranham devagar em mim,
como se um mar me habitasse.
do céu, nem um bulício de bem-estar,
nem a mais ténue luz de serenidade
se espreguiça dentro de mim.
forma-se um véu de sombras —
cinzentos baixos roçando o breu
em labirintos sem saída.
dentro de mim é o caos:
um destino sombreado,
com lágrimas a roçar-me o rosto.
talvez, caindo livremente,
sejam apenas mais uma gota
na imensidão do mar que me habita.
©Piedade Araújo Sol 2025-07-08
Imagem : Marina Stenko
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia
3 Comentários:
Há dias em que até o próprio Sol é cinzento tanta é a dor...
E, sim, instala-se o caos....
Belo...
Beijos e abraços
Marta
Olá, querida amiga Pity!
Quando temos um mar dentro de nós, estamos sujeitas a derramar nossas lágrimas em abundância nele...
Logo após, vem o bulicio de bem-estar.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos
O caos convoca-nos, várias vezes, durante a nossa existência.
Um abraço.
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