A Linha do Tempo
Será que eu transgredi o que sobreviveu
e nos pseudo ressalvados
ainda transmito para as telas
com as minhas mãos sujas de tinta
quando pinto a tua boca
e o teu corpo nu em telas abstractas
que depois escondo nas águas furtadas.
Será que as imagens amparadas
pelo meu olhar, são do presente
ou resquícios do passado
que tacteio nas noites de insónia.
E se na linha do tempo, do nosso tempo
as sombras que a noite me traz
na estação das folhas caídas
e das árvores nuas na praça
as estrelas emitem uma luz
que me envias e eu não vejo
ou não quero ver.
Numa sinuosidade imprevista
eramos dois em apenas um
isso existiu, e ficou no passado
no meu e no teu também
que talvez (?) não queiras recordar.
Ou talvez também nenhum de nós
queira ainda esquecer.
©Piedade Araújo Sol 2021-11-08
Imagem : Erika Hopper
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia
17 Comentários:
Ninguém quer esquecer...e por isso, de vez em quando, ainda se abre o véu das memórias...
Ainda não se está preparado para esquecer a paixão que ainda se esconde na luz...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Muito belo, este Linha do Tempo, Piedade!
Quando não queremos lembrar algo é porque nunca o chegámos a esquecer...
Beijinho!
Poema lindíssimo.
.
Um dia feliz … cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Poema sublime. Obrigada pela partilha!:)
-
Perco a noção do meu tempo
-
Beijo, boa tarde!
De uma beleza singular.
''...Com as minhas mãos sujas de tinta quando pinto a tua boca..''
e
''...eramos dois em apenas um...''
Magistral.
Na linha do tempo, há um tempo que o tempo, nunca nos deixa esquecer.
Excelente poema, amiga Piedade!
Parabéns!
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Não,
não há qualquer transgressão
e continua a amparar
todas as imagens
com teu olhar
Assim
acontecerá
que nenhum de vós
esquecerá
Podemos viver com uma dúvida o resto da vida.
Um abraço.
A minha alma viajou pelas suas eloquentes palavras!
Quem nunca teve essa dúvida?
Um abracinho sorridente, Piedade!
Megy Maia🌺🍀🍂
Um poema que leva a alma, se é que ela existe, realmente a viajar
:-)
Gostei
Olá, Piedade!
Passando por aqui, relendo este lindo poema que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Ahh tão belo!
Mesmo que haja transgressão, não esqueçam Guardem na memória o que as mãos, em seu ofício, quiseram realizar.
Muita saúde, minha Amiga Piedade.
Um beijo.
Boa tarde Piedade,
Um poema muito belo que me emocionou.
A linha do tempo, imparável, que vai guardando memórias que ficam para sempre gravadas.
Difícil esquecer o que se viveu.
Um beijinho e continuação de um bom domingo.
Ailime
Hola Piedade, como olvidar si
el olvido es memoria.
Bonito poema.
Que tengas una buena semana.
Un abrazo
"Éramos dois em apenas um"
numa linha que se dividiu
num sobressalto, num soluço
do caminho
Para quê o exercício da memória:
resgatar ao passado
as vitualhas já queimadas?
Exorcizar transgressões?
Afinal, tão humanas as trans-regressões
Bom poema, Amiga Piedade.
A linha do tempo é sinuosa e esconde nos seus refegos, memórias quase esquecidas...
Beijinho, boa semana :)
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