Não sei do teu nome
Propositadamente,
quis esquecer um nome
(o teu).
quis esquecer um nome
(o teu).
E ilegíveis letras, em fragmentos
enlouquecidos,
inundaram a praça, repleta de árvores
da sumaúma. *
enlouquecidos,
inundaram a praça, repleta de árvores
da sumaúma. *
Teu nome foi sepultado, sob líquenes e pedras.
Algures.
Não o lembro mais!
Provavelmente, um dia, os arqueólogos
encontrarão resquícios de meteoritos, que os
levarão
a uma pesquisa infindável e sem sucesso
aparente.
Algures.
Não o lembro mais!
Provavelmente, um dia, os arqueólogos
encontrarão resquícios de meteoritos, que os
levarão
a uma pesquisa infindável e sem sucesso
aparente.
Respiro o ar asfixiado da manhã.
Coloco flores frescas num vaso de terracota,
fronteiro à janela, que dá para a praça.
Coloco flores frescas num vaso de terracota,
fronteiro à janela, que dá para a praça.
Não sei do teu nome.
©Piedade Araújo Sol 2009-08-18
Imagem : Laura Zalenga
Etiquetas: Piedade Araújo Sol, poesia, Reeditado
25 Comentários:
Um poema de renúncia, de despedida e de tentativa de apagar o passado. Forte.
Deslumbramento poético. Poema lindíssimo
.
Um dia feliz
Abraço
Propositadamente
quis esquecer um nome
(o meu)
Meu nome foi sepultado
e na campa rasa
está inscrito um epitáfio
que assim reza
Aqui jaz alguém
que sempre quis mudar o mundo
Por o não ter conseguido
merece ser esquecido
Um texto poético muito bonito!! :)
*
Procuro a noite dentro da solidão...
-
Beijo e uma santa noite!
Boa noite de paz, querida amiga Piedade!
Esquecemos sim feições não agradáveis ao nosso 💙... Ainda bem.
Poema que passa o vigor da alma nova que nasceu perfumada de flores
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Há um lago infalível na poesia
de lâminas de gelo finíssimas
para onde os pés se arrastam
O desejo de superação do peso
opressor da frustração empodera
na ilusão das espirais concêntricas
Amiga centrípeta é a solidão
Cada vez mais perfeita esmaga
até ao esquecimento do eu
volatizado na branca mais leitosa
da galáxia final do universo
Branca absoluta pura poema
Do teu poema
Beijo, querida amiga Piedade.
Magnífico poema, Piedade!
Uma identidade duramente (re)conquistada, segundo a minha leitura.
Beijinho!
Uma despedida, o fechar de um ciclo...
Talvez se consiga esquecer, talvez não...
Mas haverá sempre flores frescas....
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Não existem amanhãs sem memórias
Todos os dias se move o vento
É muito gostoso ler esse tipo
de prosa quando feita do jeito
que foi. Quanto ao nome, para
mim não é nenhum segredo, mas
sei e não digo. Não digo
porque o gostoso é a dúvida do
silêncio e quebrá-lo chama a
atenção de quem nos inveja.
Um beijo com ou sem Piedade.
De preferência com. (risos)
Feliz de quem consegue esquecer quem os fez sofrer.
Bonito poema.
Abraço e saúde
Piedade,
Há um momento que é melhor
deixar a poesia falar por nós,
ela é perfeita.
Bjins de quarta feira
CatiahoAlc.
Pelo final, parece que conseguiu esquecer o "tal" nome. Tomara rs rs.
Para quê o nome, quando existe o sentir?
Sempre bom passar por aqui, Piedade.
Um beijinho :)
Boa tarde Piedade,
Magnífico poema!
Há nomes que só tempo desvanecerá!
Um beijinho.
Ailime
Olá, Piedade,
mais um belo e inspirado poema de tua autoria. Gostei muito, meus parabéns.
bjo, Um bom fim de semana.
Há nomes que vale a pena serem esquecidos...
Belíssimo poema, gostei muito.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
Que poema sentido e sofrido.
Mas às vezes não basta esquecer um nome para esquecer uma dor.
Esperemos pelo regresso das manhãs de ar puro e leve que nos suavize a alma.
Um abraço.
Quando há nomes que não nos deviam inundar o pensamento... mais vale esquecê-los, o que nem sempre será muito fácil.
Bem conseguido, o teu poema!
Bom fim-de-semana!
Beijinhos.
"Propositadamente" direcionou seus versos e o cantado sentir. O ar asfixiado da manhã não impediu o vaso de flores na janela, fazendo presumir que já não importa saber o nome de quem ficou no passado. Uma lindeza, Piedade! Bjs.
Gostei
a mais radical da mortes . a morte do do nome...
gostei muito do poema, Piedade!
beijo
O que é um nome? Esquecê-lo pode ser uma forma de o fazer renascer, de permitir que ele perca a sua sombra...
Lindíssimo poema, minha Amiga Piedade.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Perde-se o nome quando o nome já nada diz.
Abençoado o Tempo do esquecimento e dos Ventos imprevistos.
Gostei muito.
Um beijo e boa semana, Pi.
Como prometido cá estou de visita ao blogue de literatura e poesia, da Piedade, com olhares em tons de maresia.
E são-no mesmo! Os sentimentos e a forma de os expressar não tem época nem tempo definido, pelo que concordo que vá reeditando os seus belos poemas.
Há pessoas que passam na nossa vida e que, para serem efectivamente esquecidos, há que esquecer-lhes também o nome.
Gostei do espaço.
Um beijinho e obrigada. :)
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