Pranto ou fado em tempo estranho
“Vim deixar meu quieto pranto saudoso”
JCS
JCS
Entro no mar salgado
Procuro as águas
Para desaguar as lágrimas
Amotinadas, e analiso que
Já não me sei das horas em mim
Na
esperança do lusco-fusco
Que se prenuncia
Fico a espiar num tempo sem horas
A alongar o meu olhar
E a ouvir o murmúrio do mar
Que se prenuncia
Fico a espiar num tempo sem horas
A alongar o meu olhar
E a ouvir o murmúrio do mar
Não
sei já do dia que desabrido
Abandonou-me
Numa praia que não conheço
Onde só oiço o eco do vento
E o frio da noite
Abandonou-me
Numa praia que não conheço
Onde só oiço o eco do vento
E o frio da noite
Pouco
importa! Procurarei o caminho de casa
Todo mundo tem uma casa
Não me sei de tempos nem horas
Só esta dor órfã e que se reflecte
Nas sendas das rugas fundas do meu rosto
Todo mundo tem uma casa
Não me sei de tempos nem horas
Só esta dor órfã e que se reflecte
Nas sendas das rugas fundas do meu rosto
Já
não entendo este tempo estranho
Que tem odor de pranto
Com mistura de espanto
Ecos de uma guitarra
E som de um fado triste.
Que tem odor de pranto
Com mistura de espanto
Ecos de uma guitarra
E som de um fado triste.
©Piedade Araújo Sol 2020-06-19
Etiquetas: Piedade Araújo Sol, poesia
23 Comentários:
Um dia, o vento sussurrou-me
Tenho uma nuvem para alugar
Recusei
Como poderia eu abandonar o mar
E, assim como tu
me deitei nele
até que aquela bela onda
me levou...
Hoje não tenho fados tristes!
Que belo poema de lágrimas profundas.
Parabéns,querida, por teus sensiveis versos!
Beijos
Um tempo estranho sem dúvida...
Podemos não conhecer a praia, mas vamos encontrar o caminho de casa...
Gostei muito...
Beijos e abraços
Marta
Um tempo estranho, talvez um aviso do planeta, farto das nossas atrocidades.
Resta-nos a esperança de que ainda seja tempo de alterar para melhor, alguma coisa.
Abraço e saúde
O mar sempre foi, é, e continuará a ser uma fresca e salutar inspiração para poetas e poetisas. Que linda é a foto. Que belo é o poema. A conjugação poética perfeita.
.
Um dia feliz
Saudações poéticas
Um poema melancólico mas muito belo! Parabéns🌼
-
São sinais do tempo, de tormenta
Beijo, e uma excelente dia! :)
Tempos estranhos os que vivemos, mesmo com os olhos turvos de prantos não devemos perder a esperança... Acharemos o caminho de casa, sim.
Vamos dar as mãos e refloresce a vida!
Beijinhos, Piedade!
Boa Noite de paz, querida amiga Piedade!
Uma foto belíssima capaz de inspirar os mais belos sentimentos, entretanto a desolação assola a alma da mulher e o poema ficou uma preciosidade.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
~~~
B E L Í S S I M O !!
Num tempo estranho...
Beijinhos, Poetisa.
~~~~~~
Tens razão, Piedade, vivemos um tempo estranho, a carecer de novos equilíbrios. Mas não é um fado, é apenas um tempo diferente, a pedir reformulações constantes. Valha-nos o mar, o grande caldeirão alquímico, que parece continuar fiável.
Um abraço
Boa tarde Piedade,
Um tempo estranho que tem inspirado os poetas!
Magnífico o seu poema.
Um beijinho.
Ailime
Boa tarde, Piedade!
Gosto de vir a este espaço para ler os teus poemas, belos como este, que tem o mar como inspiração. Parabéns!
Voto de uma boa continuação da semana, com os cuidados com a saúde, minha amiga Piedade.
Um beijo.
Pedro
Sempre vivemos assimetrias
para a conquista de equilíbrios
porque não sabemos tudo
Bj
O tempo é cada vez mais estranho. E entranha-se...
Belo poema, gostei.
A foto, muito bem escolhida, é excelente.
Bom fim de semana, querida amiga Piedade.
Beijo.
poema belo, melódico e (in)tenso
como um solo de violino.
gostei muito, Piedade.
beijo
Saudades de te ler, Piedade.
Um tempo estranho
este.
Um busca constante de equilíbrio...
Tempo de coragem...
Deixo um beijo
E de repente tudo ficou frio.
O som entrou pelas frestas, arrastando um vento que tudo varreu, mas deixou esta saudade sobre o tapete.
Inspirador Piedade.
Imagem e poesia em bela sintonia.
Beijo amiga.
Olá, como está?
Como Ulisses.
Ele queria era regressar a casa!
Saudações poéticas!
Passando a fim de desejar:
.
Uma noite de domingo feliz
Cumprimentos poéticos
O MAR... quantas lágrimas ele recolheu?
Lindo poema, Piedade. Adoro a tua escrita.
Um beijinho e boa semana
Fanny
Uma dor órfã com odor de pranto... Um poema sofrido e de uma grande beleza.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Olá, Piedade
Já tinha lido e voltei para reler
Gostei.
Só o tempo é estranho, a Poeta não.
Não era isto que tinha na mão
era calor e jeito de moldar
a pele ao poema
Não era pranto nem fado, era sonho
Era maresia a confundir-se-me
no lusco-fusco das vagas
que lavram rios de água na face
A praia, agora, afinal lisa
Não foi verdade, foi um sonho,
só desatino no regresso ao dia
Lisa lisa radiante de luz
diz-me o espelho matinal
Beijo amigo.
Este pranto ou fado belo mas dorido traz-nos inquietos a todos na aparente serenidade dos dias que (nunca) sabemos que/se virão
Beijinho, Piedade.
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