A manhã glacial e enevoada
.
Os plátanos ficaram despidos
e, no ar onde se agitam estilhaços
que voam em mim como o emudecer
da manhã que rebentou glacial e enevoada,
sopro o pólen
que me agride as narinas magoadas.
Os plátanos ficaram despidos
e, no ar onde se agitam estilhaços
que voam em mim como o emudecer
da manhã que rebentou glacial e enevoada,
sopro o pólen
que me agride as narinas magoadas.
.
Não sei por que o desejo esvoaça
e se ri de mim, embriagado,
apesar do frio da manhã
e depois duma noite sem sono, nem sonhos.
Não sei por que o desejo esvoaça
e se ri de mim, embriagado,
apesar do frio da manhã
e depois duma noite sem sono, nem sonhos.
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Escondo as feridas que deixaram cicatrizes
expostas, inflamadas, dolentes,
porque, ébria de ti, quero perder-me nos teus olhos
para encontrar o sentir que navega no teu peito.
Escondo as feridas que deixaram cicatrizes
expostas, inflamadas, dolentes,
porque, ébria de ti, quero perder-me nos teus olhos
para encontrar o sentir que navega no teu peito.
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©Piedade Araújo Sol 2010-11-23 (reeditado)
©Piedade Araújo Sol 2010-11-23 (reeditado)
11 Comentários:
Parabéns pelo poema sublime. Boa tarde:))
Hoje :
Queria viver no teu silêncio
Bjos
Votos de uma óptima Terça-Feira
E assim escreve uma ilustre poetisa um POEMA maravilhoso.
.
Cumprimentos poéticos.
Que poema lindíssimo, este!! Amei!
Beijos. Boa noite!
Por coincidência a minha cidade está lavada de chuva que caiu por toda a noite e por todo o dia. E inesgotável é o meu silêncio diante das minúcias da água deslizando no chão da praça sob a janela do meu apartamento.
Beijinhos,
Vim de manhã
encontrei vazia a praça
Porém já plátanos se adivinhavam
na bordadura do verso dócil
no dossel outonal
Não fora o cinzel da dúvida
a agitação das folhas na vidraça
em busca da resposta diria
que o "poema" brilha
para além das palavras
do lavor que alinhas
Gostei, Piedade.
Beijo.
Curioso
hoje, a meio da manhã
entre um diluvio e outro
um casal
plantou num fronteiro logradouro
uma árvore de fruto
- é um abacateiro
disse-me ela
- nunca seria um plátano
justificou-se ele
Mas a praça não está despida...
Veste-se com a paixão... apesar do frio...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Um poema belíssimo.
Gostei imenso, parabéns pela inspiração.
Um poema bem antigo, onde a qualidade já morava nos seus versos.
Piedade, um bom resto de semana.
Beijo.
Boa noite Piedade,
Um poema lindo.
A chuva é tão inspiradora!
Um beijinho e boa semana.
Ailime
Com a chuva os plátanos despidos parecem chorar as folhas caídas. E o desejo esvoaça com o vento para encontrar o olhar e o peito de um afago. Tão belo, Piedade!
Uma boa semana.
Um beijo.
Boa memória de si
Bj
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