Monólogo do tempo
Não sei das estações que passam em mim, nem das silhuetas
que desfilam em sintonia quase perfeita.
Por vezes translúcidas e outras não sabem que nome lhes
possa dar.
Dizem que tudo mudou, até o tempo, e eu acho que o tempo
mudou no tempo em que nós nos esquecemos de ter tempo. Por isso eu não sei as
estações em mim nem no tempo.
Todas as palavras flutuam e caem desprotegidas no papel que
não tem culpa de todas as frases que se forjam e se escrevem e nada dizem. Que
por vezes dizem sem querer e sem querer não dizem o que se quis dizer.
Dizem que anda tudo nas nuvens e quando eu olho o céu com as
nuvens destrambelhadas costumo dizer:
- Hoje os anjos não varreram o céu!
Não sei das estações que passaram em mim…não sei, e também
não me importa saber…
©Piedade Araújo Sol 2008-10-07 (reeditado)
Imagem : Noell S.Osvald
Imagem : Noell S.Osvald
12 Comentários:
Muito boa esta prosa. Parabéns! Amei!!
-
Nostálgica Viagem...
Beijos, e um excelente dia!
Agrada-me neste poema a
expressão frásica
faz-me lembrar o maior poeta belo rio e agosto:
"Que por vezes dizem sem querer e/ sem querer não dizem o que se quis dizer".
Hoje o céu encontra-se
perfeitamente limpo varrido
o vento do costume
e as estações fluem
alongaaaa... das
na longa vidraça
da carruagem
que me encerra
Beijo, PAS.
Sim, o tempo mudou porque nos esquecemos como é usufruir do tempo...
O nosso...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Por vezes, à s vezes, não sabemos se passamos pelo tempo ou ele por nós.
Mas, uma coisa eu sei. Que anda tudo às avessas, eu sinto. Por isso gostei muito do seu tempo e do tempo que a ele dedicou
beijinho, Pi, com saudades
Belíssima publicação!
Bjins
CatiahoAlc.
Você tocou no íntimo com esse tom sutil de dizer "poesia" sensibilidade de falar ao coração !!
Um beijo em ti
Excelente :))
Hoje:-Para além do infinito
Bjos
Votos de uma óptima noite
Um texto pleno de poesia.
Gostei.
Abraço
Já eu tenho sempre a mesma estação... a do caminho de ferro que fica bem perto da minha casa...
Belas palavras, gostei muito.
Piedade, um bom resto de semana.
Beijo.
O tempo que não se aprecia devidamente...
O seu poético «Monólogo com o tempo» resultou
muito interessante e expressivo.
Parabéns, Poetisa.
Beijos
~~~
Maravilhosa associação de texto e imagem.
O tempo "verdadeiro", que passa de qualquer modo, é independente das coisas e do seu acontecer… Gostei imenso do seu texto, Piedade, minha Amiga.
Uma boa semana.
Um beijo.
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