terça-feira, 10 de julho de 2018

Conjunturas II

Mikael Aldo
Levanto o olhar para melhor
Fingir que não vejo, o que por vezes
Os meus olhos capturem quando
Passeiam descontrolados
E inquisidores

Às vezes não oiço nada e só pelo mover dos lábios
Retenho palavras
Que relembro nas memórias
Que se perderam nas margens de um mar inquieto
Ou de um rio que fugiu do afluente
Que o inventou ou enjeitou

Quando quero
Levanto os olhos e vejo poesia,
E silencio esse prazer num rio de silêncios
Ao sabor de uma corrente
Que deslizam
Nem sempre para foz de algum mar

Chego a conversar comigo
Em gestos cúmplices, pequeninos
Que ninguém pode entender
E pouso o meu olhar com tanta ternura
Sobre o dia…e saio distraída com um poema
Inacabado nos lábios

©Piedade Araújo Sol 2018/07/08

12 Comentários:

Blogger Toninho disse...

Uma bela tradução definição do processo de poetizar muito linda Piedade. A imagem é fantástica.
Lindo sempre respirar poesia.
Beijo e linda semana para você.

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Elvira Carvalho disse...

Que coisa mais linda, Piedade. Li e reli.
Como se fosse uma melodia, ou uma prece.
Adorei
Abraço

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Larissa Santos disse...

Lindo de mais. Parabéns. Bom dia :))

Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira.

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Cidália Ferreira disse...

Amei este poema!

Beijo e um excelente dia!

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Marta Vinhais disse...

E os poemas enchem a alma... mesmo que inacabados...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Agostinho disse...

Olá, amifa Piedade
Não sei se bem se mal, li o teu poema Conjunturas e fantasiei(?)

Finjo que sou esfinge e,
entretanto, leio nos lábios
figuras, semibreves caprichosas, semicolcheias graciosas,
vazios de pausas, em pauta.
Quando quero, solfejo até.

Olho e não olho
e, a mão no tampo da mesa
ao ritmo de quem sai de
quem entra, em forte e piano.
Quando me agrada acrescento-lhes
poesia:
um ponto de aumentaçao.

Bj.

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

por vezes
fico triste

quando, teu poemar
fala de ternura
lançada sobre o dia

e os dias são ásperos

fala de rios silenciosos
e eles correm revoltosos

baixa os olhos
e reescreve o poema
com o olhar
posto na terra

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Mar Arável disse...

Por vezes de olhos fechados tudo é mais claro
Bj

terça-feira, 10 julho, 2018  
Blogger Majo Dutra disse...

Belíssimo poema, estimada poetisa.
Como sempre, aprecio muito
o modo como se expressa.
Belíssimo!
Beijos
~~

sábado, 14 julho, 2018  
Blogger Ana Freire disse...

Mais uma bela, e encantadora inspiração... que nos descreve... de onde vem, a alma de uma poesia... para ler e reler!... E anotar... no meu caderninho... para quando eu voltar!... :-))
Beijinhos, Piedade!
Bom fim de semana!
Ana

sábado, 14 julho, 2018  
Blogger Graça Pires disse...

E que cúmplices se tornam os poemas quando levantas os olhos para ver a vida que te cerca… Magnífico!
Uma boa semana.
Um beijo.

segunda-feira, 16 julho, 2018  
Blogger Smareis disse...

Um poema que que encanta.
Gostei de ler.
Beijos e boa semana.

terça-feira, 17 julho, 2018  

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