medos...
ainda
pode fingir que esvoaça sobre a planície,
e dança, debaixo da chuva,
até ficar completamente encharcada,
sem ninguém ver, ou saber.
e dança, debaixo da chuva,
até ficar completamente encharcada,
sem ninguém ver, ou saber.
manias.
ainda
sobra tempo para saborear as cerejas,
e olhar o reflexo do pôr do sol no tanque grande.
nunca fala do medo nem dos medos,
porque seria falar de algo,
sem limites agendados,
ou sequer anunciados.
e olhar o reflexo do pôr do sol no tanque grande.
nunca fala do medo nem dos medos,
porque seria falar de algo,
sem limites agendados,
ou sequer anunciados.
convocatórias.
não vai chorar a partida,
partir é ir para não voltar,
apenas,
imagina voltar, sem partir.
não vai chorar a partida,
partir é ir para não voltar,
apenas,
imagina voltar, sem partir.
trocadilhos.
nem
olha as mãos, olha os pés,
e os pés estão grandes,
grandes e no entanto tão pequenos
para se fazerem ao caminho.
e sente medo, um medo singular.
e os pés estão grandes,
grandes e no entanto tão pequenos
para se fazerem ao caminho.
e sente medo, um medo singular.
©Piedade
Araújo Sol 2017-04-11
22 Comentários:
Olá Piedade.
Parabéns pelo belo poema, com temas entrecruzados, como entrecruzados estão as pernas e os braços da imagem.
Uma ótima semana.
Um abraço. Pedro
Maravilhoso, como sempre! Adorei
Beijos
Bom dia
Poema lindo de palavras doces.
Mesmo adultos podemos sentir medo de algumas coisas.
Gostei muito, Piedade.
Beijinho.
Uma encruzilhada poética curiosa que não temeu a criatividade da poetisa!!!bj
Delicadamente deliciosa a narrativa entornada em poesia. te convido para conhecer a nossa www.hellowebradio.com ... você.Vem!
cadinho oCo
Lindo e gostoso de ler,tudo
muito bem colocado, elogios minha
querida parabéns bjussss
Rita
Os medos.... existem, mas nem sempre se fala...
E, sim, está-se numa encruzilhada... sem que saiba se devemos ficar ou simplesmente partir...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
sempre me impuseram idas
sempre me bati por regressos
e sou pouco dado
a medos
(contudo, tenho-os)
À medida que danço à chuva
o poema entranha-se-me na pele,
contudo, descalço-me do medo.
Será mania?
Eu não diria.
Que desafio o tanque grande!
paradoxo de medo, nos reflexos de Sol e o negro profundo do fundo.
Tanta poesia.
A Poeta apalpa o medo.
Não o medo bicho de gatos pretos,
de encruzilhadas à espera da Lua,
de rumores vindos de copas arrepiadas,
de pios de corujas em estertores de azeite.
Apalpa o medo maior que não se diz,
o medo do que se faz e não faz,
o medo da porcelana a fracturar,
o medo do cristal a estilhaçar,
o medo da ausência entre o ir e o voltar,
o medo de perder-se no gume trivial de trocadilhos,
o medo da boca que se seca
e da pele que se enrola de frio.
Fizeste um grande poema,Sol.
Bj.
Tão lindo seu poema Piedade. E esse fundo musical enriqueceu ainda mais. Adorei!
Desejo uma Feliz Páscoa pra você e os teus.
Que tenhamos dias de muita paz, reflexão e alegrias.
Boa semana e uma Feliz Páscoa!
Beijos!
Há medos inconfessáveis...
Excelente poema, gostei imenso.
Tem uma Páscoa Feliz, querida amiga Piedade.
Beijo.
Falar de medos não é fácil, tão complexos e infinitos eles são. Mas o teu poema aborda-os com com muita sabedoria. Gostei imenso assim como da imagem.
Votos de Páscoa feliz, sem medo de comer coisas doces...
Beijos.
Oh...Pi!...adorei este cruzar de caminhos.
Muito criativo e bem estruturado este teu poema.
Beijinho meu e boa Páscoa
Os medos inerentes a quem tem que percorrer um longo caminho quando os pés pedem para ficar.
Muito belo como belos são todos os teus poemas.
Um beijinho, Páscoa feliz!
O Toque do coração
Os medos. Que poema singular e belo! Cheio de ritmos e pausas em fantástico diálogo.
Um beijo e os desejos de uma Páscoa com tudo de bom.
medos que os pés atam e as mãos desatam e os voos descartam.
medos de ainda o medo ser habitado numa partida que não chega a ser fadado.
e os sentidos, reflexos em espelho d'água, calados.
"partir é morrer um pouco..." mas ficar é o sonho espreitar.
a simplicidade de viver e estar, onde todos os medos podem só ser o medo de avançar.
um grande poema, Piedade.
obrigado pelos votos e desejo-lhe igual Páscoa Feliz.
um beijo, amiga
Feliz Páscoa para vc também, Piedade.
:)
Magnífico!!!
Pi,
você é uma poesia tecendo belos poemas.
Beijinho
Voltar sem partir, Piedade... quantas vezes o medo nos inspira esse desejo! Belo post, boa semana.
Olá, Piedade, conhecendo seu blog e gostando muito dos poemas. Muito sensíveis. Conheço você dos amigos blogueiros.
Beijo pra você, uma linda semana.
Ah, Piedade, tanto que haveria a dizer sobre os medos, obstáculo fulcral a qualquer anseio! E, se não houver ousadia para os enfrentar, e vencer, passaremos, eternamente, o tempo na praia a cogitar sobre o que seria se ousássemos.
Gosto sempre do que escreves, tu sabes.
Um beijinho :)
Que os medos nunca nos travem... mas é sempre incontornável senti-los... e devemos permitir-nos senti-los... para melhor os compreender... e ousar enfrentá-los...
Um poema muito belo e profundo!...
Notável, como sempre!...
Beijinhos
Ana
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