A casa
neil driver
Na solidão da escuridão que tombou sobre o vale
E sobre a noite
Alguém reclamou a minha presença
E sobre a noite
Alguém reclamou a minha presença
Eu estava ali, sem estar
Mas, tanto tempo se tinha passado
Tantas luas outros tantos sóis
E tudo seguiu o seu curso normal
Mas, tanto tempo se tinha passado
Tantas luas outros tantos sóis
E tudo seguiu o seu curso normal
A água do regato não parou de correr
E os pássaros, voltaram todos os dias
Pelas seis horas da manhã, para a sua sinfonia
De chilreios cadenciados
E os pássaros, voltaram todos os dias
Pelas seis horas da manhã, para a sua sinfonia
De chilreios cadenciados
A casa estática ainda existe
E as maças caíram desamparadas
Sobre o chão estéril
E as maças caíram desamparadas
Sobre o chão estéril
Hoje a manhã está leve
como seda
Com o sol a entornar seus raios em todo o seu fulgor
Enlaçando todo o vale
Com o sol a entornar seus raios em todo o seu fulgor
Enlaçando todo o vale
A minha voz é um
bocado de silêncio
Que tenta aquietar o desconforto que me assola
É preciso esquecer o abismo do tempo
Que tenta aquietar o desconforto que me assola
É preciso esquecer o abismo do tempo
Desenho labirintos desordenados de refúgios
E prendo o olhar na luz que pincela o horizonte
E prendo o olhar na luz que pincela o horizonte
© Piedade Araújo Sol 2017-02-27
31 Comentários:
Lindo demais! Parabéns pela pérola poética.
Beijos
Belo
Contudo
te confesso
há nesse poema
um verso
em que me não revejo
"É preciso esquecer o abismo do tempo"
É que o abismo do tempo
é para ir
por ele
adentro
Está la a utopia
Sabia?
Um lugar cheio de paz e beleza. às vezes é bom ir para estes sítios.
Beijinhos
E vagueia-se pela luz, ao encontro desse horizonte, desse vale de silêncios e paz...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta
Através da vidraça ... soltou-se uma bela poesia!!!
Bj carnavalesco
Olá Piedade.
Belíssimo poema o seu A casa. Poema para se fazer mais de uma leitura. Parabéns.
Uma ótima semana.
Abraços.
Pedro.
De todo o belo poema, Piedade, guardei particularmente este verso: "A minha voz é um bocado de silêncio/Que tenta quietar o desconforto que me assola/É preciso esquecer o abismo do tempo". Assim me sinto, muitas vezes! Belo, boa semana.
Bela a luz vertiginosa dos abismos
Bj
O instante da poesia por vezes se mostra tão distante quanto próximo.Abro convite para que venha a conhecer a nossa www.hellowebradio.com ... você. Vem!
Cadinho RoCo
A poesia, a música tudo é poesia.
A casa comporta uma linda poetisa, que tem o dom de encantar nas pontas dos dedos.
É fada? Talvez.
Mas com certeza tem asas, porque eu consigo voejar por aqui.
Beijinho Pi
~~~
Nem sempre certas vozes e vales ou outros lugares belos
e pacíficos preenchem os nossos sonhos...
E a nossa voz torna-se silenciosa e olha-se o horizonte...
Um poema belo, repleto de sentires muito humanos...
Abraço, Poetisa.
~~~~~~~~~
O sabor poético mais fascinante!
"Hoje a manhã está leve como seda
Com o sol a entornar os raios em todo o seu fulgor
Enlaçando todo o vale."
Ai Piedade, como a humanidade precisa de manhãs assim.
Belíssimo o poema.
Um abraço e um Março sereno e feliz
Imaginei que era eu... e a casa, com toda a sua envolvência por ti desenhada. E vi outra casa... tão igual!
Bjinhs
Um lindíssimo poema repleto de emoções... que moram em nós... e por isso se sentem em casa...
Beijinho! Continuação de uma excelente semana, Piedade!
Ana
O tempo vai mudando as coisas.
Menos a água dos rios e os pássaros, que continuam a correr e a voltar todos os dias como se quisessem impor a passagem do tempo.
Continuação de uma óptima semana, amiga Piedade.
Beijo.
"Casa onde caibas
Poesia (terra) quanta vejas..."
admirável poema.
gostei muito,
beijo
Nem necessário seria o cavar do abismo para que a revelação dos opostos se fizesse.
Por dois tempos se entormaram águas
um o da noite
em penumbras de enganos
outro o da manhã
que rompe o silêncio quando
mais ensurdecedor se faz
o silvo da queda no abismo.
Belíssimo, Sol.
Bj.
Encantador amei. bom final de semana, obrigado pela visita.
Blog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Lindíssimo poema, com a ternura do lar o silêncio de vale e o labirinto como refúgio a se expor na luz clara de um horizonte omisso. Parabéns, Piedade. Grande abraço. Laerte.
Piedade querida, me identifico em teu poema e teus versos visitam meus labirintos. Parabéns por tua sensível e bela poesia! Bjs
Bastava o enquadramento para que nos percamos nesse quadro tão bucólico . Um laivo de nostalgia anoitece mas enriquece este mundo tão belo . Que aquieta embora o tempo se "abisme "
Grande beijinho , Pi . 😘
Que tranquilidade , que paz. Gostei! Abraços.
Uma belíssima poesia minha amiga, gostei bastante.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar || Dedais de Francisco e Idalisa || Livros-Autografados
Poema atravessado por lugares, sons e silêncios. A respiração da casa a soar na memória, como um refúgio secreto.
Muito belo, Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.
Que linda essa manhã. Uma poesia muito bem construída como toda de sua autoria. A imagem é linda.
Boa semana, e um excelente mês de março.
Um beijo!
Boa semana, Piedade; aguardo o próximo post!
As velhas casas... quantas memorias.
E elas, velhas, são as nossas histórias.
"[...]É preciso esquecer o abismo do tempo[...]" e nele não mergulhar.
Mto belo o poema na paisagem onde se prende o olhar.
Minha Amiga: tenho tido dificuldade em configurar o seguimento da página.
Por essa razão não sou avisado quando pública. Desculpas pela demora na visita, aqui.
Um beijo e uma boa semana
Maravilhoso, Piedade.
Construir refúgios contra o abismo do tempo (essa fonte inesgotável de ansiedade.)
Beijinho.
Um regresso em desacerto,
tendo em vista o acerto.
Da vida.
Sempre bem, Piedade.
Um beijinho :)
A casa é um regresso ao nosso poiso, à vida interior que nos faz ser poetas.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial