Eu sei que sempre...
Eu sei que sempre te vou escrever ao terminar o dia, sossegada, quando o corpo cansado já não tiver forças para mais nada, a não ser a necessidade de falar para o papel, mesmo que eu saiba que tu nunca irás ler.
Sei que sigo sempre este trilho, como que guiada através da luz que emanas do teu olhar e que eu retenho em mim. Guio-me pelo aroma dos nardos que deixaste pelos lugares que ambos partilhámos.
E sei que quando os teus lábios procurarem outra boca que não é a minha, lembrarás sempre o sabor dos beijos que trocámos com o inconfundível sabor a romãs.
Sei que nunca dirás a ninguém “amo-te”, porque essa palavra já deixou de fazer parte do teu vocabulário, e se eu um dia voltar a dizer “amo-te”, será o vento que a ouvirá e tu pensarás que é do vento e não para ti.
Sei que quando a lembrança te for penosa, afastá-la-ás como um sonho mau do passado. E quando o canto das aves te lembrar a letra de um qualquer poema (meu) que falava muitas vezes das gaivotas e do mar, tu irás conduzir na marginal e só pararás no final do pontão da praia,e com o som do carro o mais alto possível, ficarás a trautear canções que te dizem muito e que para mim são apenas canções. E quando voltares para casa, adormecerás tranquilamente. No dia seguinte, acordarás calmo e feliz.
Eu sei que sempre te vou escrever ao terminar o dia e, ao acordares, talvez um dia (quem sabe?) leias o que te escrevo.
Sei que sigo sempre este trilho, como que guiada através da luz que emanas do teu olhar e que eu retenho em mim. Guio-me pelo aroma dos nardos que deixaste pelos lugares que ambos partilhámos.
E sei que quando os teus lábios procurarem outra boca que não é a minha, lembrarás sempre o sabor dos beijos que trocámos com o inconfundível sabor a romãs.
Sei que nunca dirás a ninguém “amo-te”, porque essa palavra já deixou de fazer parte do teu vocabulário, e se eu um dia voltar a dizer “amo-te”, será o vento que a ouvirá e tu pensarás que é do vento e não para ti.
Sei que quando a lembrança te for penosa, afastá-la-ás como um sonho mau do passado. E quando o canto das aves te lembrar a letra de um qualquer poema (meu) que falava muitas vezes das gaivotas e do mar, tu irás conduzir na marginal e só pararás no final do pontão da praia,e com o som do carro o mais alto possível, ficarás a trautear canções que te dizem muito e que para mim são apenas canções. E quando voltares para casa, adormecerás tranquilamente. No dia seguinte, acordarás calmo e feliz.
Eu sei que sempre te vou escrever ao terminar o dia e, ao acordares, talvez um dia (quem sabe?) leias o que te escrevo.
27 Comentários:
Espero que assim seja, amiga. O que escreves bem merece ser lido! Boa semana.
Espero que assim seja, amiga. O que escreves bem merece ser lido! Boa semana.
É com o sabor de romãs que tudo é possível.
Gostei de te ler.
Muitos beijos. Bom ano.
O que escreveu, no fundo, é uma bela carta de amor.
Que se poderá reatar a qualquer momento...
Gostei imenso, querida amiga.
Boa semana, beijos.
bravíssimas. as "mulheres de Atenas". que assim amam. e sofrem...
beijo
uma bonita carta, piedade, talvez por uns tempos guardada do seu destinatário, ou talvez um dia, ao terminar ou ao amanhecer, chegue. um grande beijinho e renovados votos de bom ano*
O rei vai nu! Estou em guerra!
BlueShell
quantas vezes fiz o mesmo.
Bom, eu leio... :-)
É um lindo poema~com nardos e bagos de romãs.
E vêm os Magos, Reis, e lêem o poema e dizem:
- poemas assim fazem lembrar a deusa, como se chama, Gasoar?
- Aquela linda, ninfa misteriosa da praia?..
- Sim, a que faz desafiar os vendavais...
E lá foram os Magos, apaixonados!...
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Belo poema, amiga.
tantas vezes escrevemos para o vento.
_não é ele o caminho mais veloz para qualquer fuga?
um beijo
muito obrigada
(...)Sei que nunca dirás a ninguém “amo-te”, porque essa palavra já deixou de fazer parte do teu vocabulário, e se eu um dia voltar a dizer “amo-te”, será o vento que a ouvirá e tu pensarás que é do vento e não para ti.
Lindo o teu post ...
Jinhos mil
Escrever até que o aroma dos nardos se espalhe por toda a parte.
Belíssimo texto, Piedade.
Um beijo.
Querida Pi...
As palavras tão amorosas que escreves, não podem ficar retidas numa gaveta de recordações!
Talvez haja alguém que as espere ansiosamente, com a saudade no peito e a sede nos lábios!
Beijos...
AL
Podem ser apenas palavras...mas são ricas de ternura, ternura que mora nas lembranças...e há uma pontinha de esperança no final.
Lindo texto,querida Pi.
Beijo amigo e o meu carinho.
e eu li. e senti. e escrevo-te palavras de mar.
grande abraço
jorge
Maravilhosa Poetiza Amiga:
Um poema muito belo onde cabem um pouco de nostalgia, desilusão, recordação e esperança.
Profundo. Intenso de emoções e uma sensibilidade de sonho.
Fantástico. Adorei, brilhante poetiza.
Beijinhos de uma amizade pura e que a respeita.
Sempre a admirar a sua poesia extraordinária e perfeita.
pena
MUITO OBRIGADO pela sua amizade constante.
É recíproca, sabe?
É um Ser Humano precioso e de bem.
Seja qual for o registo, a forma escolhida, poesia ou prosa, o certo é que que Piedade de Araújo Sol, tem a capacidade inata de nos tocar. Os seus trabalhos revelam a força intrínseca das marés e a doçura perene das gaivotas esvoaçando por sobre a espuma.
Piedade Araújo Sol, dona de uma obra vastíssima que venho a ler pausadamente, detém o maneio do verbo que, ora se faz estilete, profundo sobre a indiferença e por isso marca toda a diferença, ora se detêm, candente em afagos contemplativos sobre o Universo das coisas e, por essa vida, de igual modo, marca a diferença.
Seja qual for o momento em que a escrita brota de sua pena, Piedade é senhora do verbo, e faz-nos seus prazeirosos vassalos. Razões maiores para que, dia após dia, veja nesta escrita pura arte. E disto lhe deixo aqui, nota.
Excelente 2010, estimada poeta Piedade.
Saudações com elevada estima e admiração
Querida Pi
Texto lindo do género "para sempre..." e por que não?
Um beijo
Daniel
Será que qualquer por do sol na marginal o lembrará de ti?
Será que se sentirá amado, quando ao terminar de um dia (quem sabe?)
um dia te descobrir no peito?
Um beijinho, Piedade.
É impressionante a forma como escreves, rendilhas as palavras que transportam poesia sublime...
Um beijo e uma excelente semana
Chris
Esta linda carta de amor...deve ser mostrada a que desejas...lida e relida:)
Beijo d'anjo
Boa semana, amiga. Aguardo o novo post! :)
Pi,
Vim reler-te... e rever-te!
Beijos
AL
:) eu acabo sempre por vir até aqui...porque goste de te ler
Dias cheios de brisas mansas
Abraço ruim***
(cá para mim...ele vai ler sim ...)
Vim ver o teu mar.
Também escrevo em altas horas...mas ele lê.
beijos Pi
Na escrita se derrama a incontornável esperança do que não morreu. Por muito que se tenha intenção de esquecer, o que se mantém vivo não se enterra. Enquanto se escreve algo respira e mesmo que se tenha lhe colocado ‘uma pedra por cima’, sob ela manter-se-á o fôlego do que teima não perecer na solidão omissa.
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