Portas
Fecho portas.
Não há espaço no meu silêncio, para escrever o dia que se desvanece. A mágoa renasce nas lembranças cor de cinza que flutuam escarnecendo de mim.
A mágoa não tem cor.
As portas fechadas, são páginas despedaçadas, que as trevas encobrem nas masmorras bafientas e terríficas.Não as vou abrir.
Deitada no silêncio, forçado, eu respiro, defronte da praça repleta de plátanos, que soltam algodão esvoaçante dos seus frutos maduros, que me irritam as narinas.
Talvez eu seja um plátano no meio da praça, mas, os plátanos não se vestem, como eu estou, com um vestido de linho em tons neutros de verde seco.
O sono é breve e desassossegado. Um cheiro de noite invade o dia.
Fecho portas, que já estão fechadas.
© Piedade Araújo Sol
.
Foto:mniak
22 Comentários:
Linda e imprescindível Amiga:
VOCÊ é um tesouro valiosíssimo. Pelo seu pensar. Pelo seu encanto. Pela ternura e pureza dos seus gestos e atitudes. Pelos seus versos "explosivos" de sensibilidade ímpar.
Adorei! VOCÊ fascina pelas mensagens adoráveis de poesia extraordinária e doce que transmite e nos deixa pasmados. Um poema sensível. Mágico.
Adorei! Bem-Haja, amiguinha!
Beijinhos de respeito. Muitos.
É enternecedor no que faz, acredite?
Maravilhado pela sua significação gigante
pena
Mas as palavras, mesmo que vestidas de mágoa, têm a força da cor pintada de sentimento.
Fecham-se portas. E elas sempre prontas a abrirem-se de novo. Porquê? Porque as portas são muito intrometidas...muitos beijos.
É Piedade,há dias em que necessitamos aferrolhar portas já fechadas...
em que precisamos, prementemente, do colorido que só um sonho feliz
pode trazer à nossa vida!
Beijos
Maria Mamede
Vale a pena continuar a passar por aqui... :-)
dói sempre quando se fecha uma porta...mas quiçá nesse acto não esteja o passo prévio para a abertura de uma outra porta
dizer-te também do meu livro...In-finitos sentires que vão ser desenhados em papel. O lançamento é no próximo dia 27 de Junho, às 16horas na Biblioteca de Valongo (Porto)...se puderes aparece
beijo
quando uma porta se fecha outra se abre. é sempre assim...
excelente o texto.
beijos
A mágoa cura-se rapiddamente!!!
Indo ao meu blog!!!
Agradece ao silêncio o poder de trazer a mágoa... deixa que a mágoa venha e saboreia-a... olha-a nos olhos e analisa bem cada uma de tuas feridas, mesmo que doa. Que a força da dor se transforme na força para abrir portas e janelas. Olhar a dor de frente dá-lhe as cores que lhe faltam, talvez até se esqueça de que é mágoa...
Beijinhos!
A ausência de espaço na amplitude do silêncio.
Uma mágoa sem cor como se o negro da mágoa fosse só a ausência da cor.
Um trancar de portas já ausentes de abertura.
Leio-te sentado. Contigo.
Beijo.
Linda Amiga:
Maravilhoso. Quem ousaria escarnecer de si e do seu encanto...?
Coisas de poetas, sim...!
Adorável poema doce. Que existe neste versejar fantástico.
Admirável.
Um poema majestoso de encantar e deslumbrar.
Tem uma "Alma poética" Enorme, sabia...?
De uma soberba significação imensa...
Maravilhado com o seu génio poético que fascina.
Beijinhos de respeito e estima.
pena
Excelente. Adorei, com sinceridade, amiguinha terna.
"...Um cheiro de noite invade o dia..."
Linda...!
..as portas estão lá para se fecharem...e abrirem...e se nao conseguirmos...temos sempre as janelas :)
E tu Sol acabas sempre por conseguir :)
Um abraço...e um feriado cheio de azul***
Mas não fecha o blogue pois não. :)
Abraço
http://www.ofeliazinha.com (endereço novo)
Piedade
Gostei tanto do teu texto! É lindo. Escreves bem. Mas permite que te diga: enquanto não abrires as portas...elas estão fechadas, mas prendem-te ( nos )...Há que abri-las. E olhar para dentro delas e de ti ( vai dar ao mesmo )...Beijinhos.
Amiga, é um prazer ler o que por aqui deixas e mergulhar nas tuas sempre belas e maravilhosas palavras.
Com amizade
Luis
E ao mesmo tempo outras se abrem...
Muito bom!
Beijos..
. um dizer bel.íssimo, na metáfora de uma ou muitas portas que se fecham.
amey.
sublime.
. um beijo meu.
. um bom fim de semana.
Quando fechamos uma porta há sempre outra que se abre... há que estar atento às dádivas do tempo....
Muitos beijinhos! Bom fim-de-semana!!!
O silêncio é mesmo um lugar habitado...
Um lindíssimo texto Piedade!
Um beijo.
tu fechas,
eu abro!
abro?
em vão tento abrir as portas que fechaste.
empurro, não abre.
a chave não serve!
bato, não abres!
não há frestas,
nem pequenos golpes de luz,
sendo dia!
lá fora...
o sol brilha
e eu encostada à tua porta, fechada!
uma parede fria,
vazia!
uma janela trancada,
calada!
passa a noite,
passa o dia
e aquela porta sombria,
nunca mais se alumia.
passa outra noite,
mais outra
e aquela porta tamanha´,
cresceu para ser uma estranha.
passa um ano,
passa a vida
e aquela porta fechada,
de porta não tinha nada.
era parede...
eu não via!
um beijo, pi
Um texto bem escrito, sem dúvida!
Bjs
Querida amiga, gostei muito deste texto. Bem escrito e com passagens de uma elegância poética inegável.
Mas nunca devemos fechar portas, porque depois, caso seja necessário, dão muito trabalho a reabrir...
É preferével, por isso, deixá-la sempre entreaberta, com entradas condicionadas pelas circunstâncias futuras...
Beijo.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial