este poema
este poema,
não pode ser só mais um poema,
nem será.
este poema é uma parte de mim em ti,
e eu estendo-a na planura do papel,
como uma mãe deita um filho no seu leito com mil cuidados e ternuras sem fim.
este poema escrevo sem letras pensadas nem procuradas,
são só as letras que lês e não entendes porque as lês,
são um paradoxo de palavras enfeitando os teus cabelos finos e macios como veludo,
que se confundem nos meus dedos entrelaçados na madrugada que caíu sobre mim e sobre nós.
este poema lembra o tempo junto ao rio,
quando eu não sabia que o rio estava perto de mim e de ti,
e que o poema nem existia na planura do papel.
por isso e por tudo o que não sei explicar e tu não irias compreender,
este não é mais um poema é só um e mais um que guardo para que o lances ao rio...
(foto de Graça )
10 Comentários:
e assim em silêncio o leio para não quebrar o encanto...
Passei por aqui para deixar um Olá e mais uma vez gostei do que li.Bom fim de semana.
Um olá. Creio que entendi o poema, mas só o entendi porque tenho lido uma série deles que tens publicados. Este é o continuar de uma prece, ou talvez uma saudade que há muito vens deixando transparecer.
Quero que fiques bem.
Manuel
Tão belo poema, só mais um poema. Beijos.
Sei do que falas. Poemas jogados ao rio! Se os lêm-se com atenção quanta coisa poderia mudar.
beijos ao mar
mais um poema nao porque cada um tem um significado pessoal...
E fica o dedo pouco acusador numa saudade teimosa…
Que este domingo tenha sido igual aos melhores.
e um poema tão belo quanto a paisagem do fundo: Magoito e as Azenhas e as Maças num mar azul sem fim , debruado a laivos de neblina que às vezes, teimosamente teima em subir a falésia.
É assim, pluma.
Sempre que aqui venho, delicio-me ao ler os teus posts... lindo.
bjinhos
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