Uma Réstia de Luz
Caminhei no limite do bom caminho,
evitando atalhos onde a sombra pesa.
Soltei os fios antigos,
tecidos nos invernos que já ficaram para trás.
Quando errei, remendei o possível;
quando caí, voltei a erguer-me,
mesmo com a força quebrada
em lâminas mais finas do que antes.
Vieram dias cinzentos
e dias de claridade súbita.
Conjuguei verbos no imperfeito,
mas sempre com a certeza
dos tempos novos que me aguardam.
Perdoei com o olhar semicerrado,
dei o primeiro passo sem esquecer,
mas não carrego mágoas, nem rótulos,
nem sentenças que me diminuam.
E a serenidade regressa, limpa, inteira
abrindo-me espaço, e futuro,
e oferecendo, generosa,
uma réstia de luz
que cresce dentro de mim.
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia


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