Outros tempos
Faz tempo que não voltava ao teu cais.
Sabes, tudo está modificado.
Nada é como foi no teu tempo.
No tempo em que tu olhavas o mar,
sabias como seria o dia
e a saída dos pescadores para a faina.
Olhei e já não vi os barcos daquele tempo.
Alguns estavam atracados,
como se despedaçassem em lágrimas.
Alguns completamente inúteis,
outros, esperando melhores dias,
na calmíssima erosão deles.
Uma luz apressada surgiu,
e fechei os olhos, pois acho que me correu
um pouco do sal das marés,ou um cisco salgado
se afogou nos meus olhos, e no meu ser,
traduzido em saudades.
©Piedade Araújo Sol 01-09-2025
Imagem : Michal Zahornacky
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia
3 Comentários:
E vivemos a saudade dos tempos...
Beijos e abraços
Marta
As saudades corroem-nos. Escreve ajuda.
Um abraço.
Πολυ όμορφο και μελανχολικό!
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