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terça-feira, 16 de julho de 2024

Delírios ___ sem eira nem beira

 

Sei que não vendo ilusões ___ nem as arremato,
já não vivo quimeras ___ ignoro-as,
nem quero sonhos fantasmagóricos,
a colidir com as estrelas.

Estou suspensa ____ numa corda,
que é um cordel de missangas coloridas,
e já tentei fazer uma pulseira,
para usar na perna esquerda___ para disfarçar uma cicatriz.

Vacilei logo no primeiro obstáculo,
e aldrabei ____ um esboço meio torto,
cheio de cores prevalecendo os azuis,
e assim ____desafiando os verdes e os amarelos.

Entre o espanto e o bocejo,
deslizei sorrateiramente para a praia,
e espalhei todos os fantasmas,
arquitectados por mim nas areias da praia.

©Piedade Araújo Sol 2024-07-15
Imagem :Vivienne Bellini 

18 comentários:

  1. Melancólico poema. Me gusto mucho. Te mando un beso.

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  2. Oi, beleza?
    Beleza é tua poesia. Te ler é sempre um momento de encontro com a beleza das palavras trabalhadas em metáforas tantas!!!

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  3. E todas as respostas serão dadas na areia...
    Belo
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. Boa tarde Piedade.
    As ilusões são sempre nefastas. Sonhos, sim, todos temos os nossos sonhos. Embora nem sempre realizáveis. Mas nunca devemos perder a esperança...
    Gostei muito deste poema.

    Votos de feliz semana, com tudo de bom.
    Beijinhos com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  5. Meu Sol

    Um desses fantasmas
    veio e me avisou
    para ir à praia onde estavas
    e aqui estou

    Beijo
    entre o espanto
    e o bocejo

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  6. Boa tarde Piedade,
    Um poema magnífico com metáforas muito belas, embora reflitam algumas desilusões.
    O mar tem o dom de ajudar a dissipar as nuvens que tantas vezes nos envolvem.
    Beijinhos, Pity, e continuação de boa semana.
    Emília

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  7. Continuo a gostar da tua poesia !

    Abraço, sonhos agradáveis.

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  8. Vivemos a realidade mas... não recusamos o sonho.
    Um abraço.

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  9. "Sem eira nem beira", eu,
    não vendo nem compro: sou!
    Confio nos grãos de areia da praia
    que me aceita como sou:
    a Poeta não erra a linha onde sonha
    Beijo.

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  10. Vindo visitar a rainha das metáforas na blogosfera, coisa mais linda.
    Muitos beijos, minha querida.

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  11. Olá Piedade!
    Que poema lindo! Você escreve de uma forma onde as coisas não são claras, mas são belas.
    Que lindo... Parabéns!

    Um grande abraço!

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  12. Olá, amiga Piedade, aí está uma amostra de seus
    belos poemas, que sempre me trazem aqui, na certeza
    de que lerei um grande poema, como esse de sua postagem.
    Parabéns, amiga!
    Votos de uma boa semana, saúde e paz.
    Beijo.

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  13. Olá, amiga Piedade
    Passando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e para desejar um feliz fim de semana, com tudo de bom.
    Beijinhos doces...

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  14. Olá querida Piedade!

    Mais um maravilhoso poema seu! 😀

    Provavelmente já sabe, mas para quem não sabe... a expressão “sem eira nem beira” tem origem nas casas das famílias mais pobres que tinham apenas uma camada de telhas.

    Não fazia a mínima e achei muito interessante quando fui pesquisar 😅

    Abraços e um bom fim de semana para si 🤗

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  15. Uma imagem encantadora, um poema fascinante.
    Na praia, entre a espuma e a areia, aquietamos a alma e calamos as lágrimas.
    Beijo, Piedade. Um lindo fim-de-semana.

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  16. olá Olavo

    Claro que conheço a expressão, sem eira nem beira muito usada em Portugal.
    Não ter eira nem beira, quer dizer de alguém que não tem onde cair morto, que não tem posses, mas a explicação mais concreta é a que diz respeito aos beirais dos telhados das casas antigas. “Dizia-se que as famílias com menos posses tinham uma telha (‘eira’), os remediados tinham duas (‘beira’) camadas de telhas. E os mais abastados tinham na cobertura das casas três camadas de telhas, ‘eira’, ‘beira’ e ‘tribeira’, respectivamente, de cima para baixo. Daí o dito popular ‘se o sujeito não tem eira, nem beira, quer dizer que ele não tem recursos, é pobre.
    Numa viagem que fiz há alguns anosa uma certa localidade do Douro , explicaram isso numa praça onde as casas todas tinham eira, beira e tribeira, e essa praça era a forma de se ostentar riqueza na forma das casas.

    :)

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  17. O melhor de tudo foi espalhar os fantasmas nas areias da praia. Um poema belíssimo com uma imagem muito bem escolhida.
    Tudo de bom, minha Amiga Piedade.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  18. Entre o espanto e o encanto, e não o bocejo, li e reli este maravilhoso poema. E concluí da sua excelência, coisa que há anos me habituei na sua escrita poética.
    Boa semana minha querida amiga Piedade.
    Beijos.

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