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terça-feira, 30 de abril de 2024

Poema apressado ____Poema carregado

 

Palavras ponderadas ____ afortunadas,
nessa viagem sem fronteiras,
que faço inúmeras vezes,
dentro de um mapa estirado sobre a mesa,
recordo todos os nomes por onde passei.

Por vezes um cisco tolda-me os olhos e tento lembrar-me de ruas,
que já nem existem mais,
contudo continuam a existir dentro das minhas memórias,
que aos poucos vou mesclando com o desaprender que trabalho dentro, da minha mente.

É um exercício meio louco _____ eu sei!
Mas que importa se desaprendo o que não quis aprender,
e sobra-me um mapa velho,
por onde passo os dedos nas cidades,
que estive contigo.

Teu nome de Rei ___e também de Santo, não desaprendi,
ainda o preservo pacificamente comigo.
Aconchegado à boca,
na luz dos dias____ e no desabar da tarde,
na impossibilidade do adeus.

© Piedade Araújo Sol 2024-04-28
Imagem : Mikeila Borgia

14 comentários:

  1. Se lesse
    em qualquer outro lado
    diria sempre
    que o poema era teu
    mesmo se não assinado

    Beijo

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  2. Boa noite Piedade,
    Um poema magnífico, de memórias, maravilhosamente concebido e estruturado.
    Gostei imenso.
    Beijinhos e continuação de boa semana.
    Emília

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  3. Memórias felizes...a que nunca poderemos dizer adeus....
    Lindo...
    Beijos e abraços
    Marta

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  4. A nossa memória é o nosso património.
    Um abraço.

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  5. Talvez um dos seus mais belos poemas, senão o mas belo de todos os que escreveu e que eu tive o prazer de ler, Piedade. Sei que já lhe disse/escrevi estas palavras acerca de um outro, mas creio que este é ainda mais belo e tocante.

    Um beijo.

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  6. Muito belo, amiga Piedade!
    Que as lembranças não nos deixem vagar sós.

    Beijinhos.

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  7. Boa tardinha de Paz, querida amiga Pity!
    "já nem existem mais,
    contudo continuam a existir dentro das minhas memórias"...
    Há pessoas, lugares e coisas que insistem em permanecer em nós mesmos quando já extintos... bem assim.
    Como custa desaprender.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos com carinho fraterno

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  8. Olá Piedade,
    As memórias fazem parte de nós. As boas, faz sempre bem recordar. As outras, as menos boas, o melhor é fechá-las a sete chaves e esquecer.
    Excelente poema. Gostei muito.

    Deixo os meus votos de um Feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  9. Olá, amiga Piedade,
    "na impossibilidade do adeus."
    É o último verso deste seu belíssimo poema.
    Parabéns, poeta!
    Um ótimo domingo, muita paz.
    Beijo.

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  10. Na impossibilidade do adeus pego num velho mapa e passo os dedos nas cidades em que estive contigo. Que beleza estes versos minha Amiga Piedade. Sinto-os como se fossem meus.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  11. Há memórias que jamais se apagam...
    Magnífico poema, gostei de ler.
    Boa semana.
    Beijo.

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  12. Amor
    presente ou ausente é sempre uma ave que se aloja, para sempre, no coração.
    Preserva-se, aconchegado, quando cai a tarde, quando amanhece nos nomes que são abrigo, tudo o que nos continua a ser verbo.
    Pacificamente.

    Beijinho e um sorriso.

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  13. Boa tarde, Amiga Piedade
    Li o poema dos pés à cabeça, ou seja, do início ao fim, e dele construí um fio do meu caminho

    Os nomes na mente e
    as memórias teimosas
    baralham-se sem querer
    eu
    o mapa papel coçado amarrotado
    cheio de sinais de encontros e
    cruzes de desencontros
    ainda sei das palavras
    dos nomes da afeição mas
    entaramelam-se na língua exausta
    exausto
    Bom fim de semana de Sol.

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