terça-feira, 23 de abril de 2024

Ausências

Na cidade impregnada de alvoroço,
já não não consigo vislumbrar,
o que outrora era tão atraente,
hoje já não me fascina ___ são meras miragens.

Ando por aí em passos lentos ___ quase desatentos,
a sondar trilhos ___ a respirar a vida,
em dias soltos de claridade,
que muitas vezes se transfiguram em negrumes.

Que foi feito da profundidade do azul,
por onde andam os meus azuis,
que parecem ter desertado,
para outros destinos?.

Li que somos peregrinos da esperança *
mas cada vez mais a esperança se extingue,
nas cronologias do tempo e do corpo,
quando a noite chega amontoada de incógnitas,
e sensações de inquietação.

Tenho de procurar a resiliência que me sobra,
hoje vou restaurar a minha esperança,
talvez ela me ampare _____ e me faça suster,
as ausências que me fazem tanta falta.

© Piedade Araújo Sol 2024-04-22
Imagem :Alex Stoddard


*Peregrino da Esperança*
Cardeal D. José Tolentino de Mendonça

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24 Comentários:

Blogger J.P. Alexander disse...

Me gusto el poema. Te mando un beso.

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger brancas nuvens negras disse...

Temos momentos que não sabemos para onde vamos e perguntamos a nós próprios quem somos.
Um abraço.

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Marta Vinhais disse...

Há sempre dúvidas, perguntas que lançamos para o ar num grito...
Ás vezes, o eco traz uma resposta, mas muitas vezes, fica apenas o silêncio...
Resta a esperança...
Belo como sempre...
Beijos e abraços
Marta

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Maria João Brito de Sousa disse...

Belíssimo poema, Piedade.

Também eu tenho de procurar a resiliência que me sobra. A realidade não está para brincadeiras. Nem aqui, nem no mundo inteiro.

Um beijo!

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Rogério G.V. Pereira disse...

Converti
Todo o poema
Que aqui li
À terceira pessoa
do plural
E converti-o
em meu Hino
Nacional

Beijo encantado

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger São disse...

Que me desculpe o cardeal, mas não sou capaz de ser peregrina da esperança face à cada vez maior desumanização da Humanidade .

Quanto ao seu poema , pois que recupere os azuis e encontre maneira de resistir a este caos em que nos encontramos.

Solidário abraço, bom Dia do Livro (graças pela aceitação das sugestões).

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger She disse...

Olá, querida!
Peregrinos da esperança... que lindo isso!
Beijo, beijo e ótima terça.
She

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Roselia Bezerra disse...

"Que foi feito da profundidade do azul,
por onde andam os meus azuis,
que parecem ter desertado,
para outros destinos"

Boa tarde de Paz, querida amiga Pity!
Temos a mente e o coração cheio de questionamentos...
Nossos azuis estão acinzentados de tantos movimentos contrários em favor da preservação da Terra.
Bonito poema permeado de nossas ausências mais urgentes.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Ailime disse...

Boa tarde Piedade,
Gostei imenso deste poema, tão belo!
Por vezes sentimo-nos inquietas com as cidades, com as nossas origens, porque nos faltam os que tanto amámos!
Que a resiliência ajude a Poeta a encontrar a esperança para suprir as ausências que tanta falta fazem.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Emília

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger (CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Devagar a gente vai se desgostando de muitas coisas. Decepções talvez? Rotina? Expectativa exagerada? Ou um pouco de cada coisa. Brilhante texto. Parabéns!

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Piedade, nossas ausências e a sensação de vazio,
uma fuga da alma, a esperança distante, mas a luta se impõe
para que tudo retorne como era antes.
Parabéns pelo belíssimo poema!
Uma ótima semana pra você, amiga.
Beijo

terça-feira, 23 abril, 2024  
Blogger Fá menor disse...

Muito belo, Piedade!
E são tantas as miragens que nos assombram...

Beijinhos e tudo de bom!

quarta-feira, 24 abril, 2024  
Blogger Ana Tapadas disse...

É um sentimento que, por vezes, partilho...tantas são as ausências!
Poema belíssimo.

Um beijo

quarta-feira, 24 abril, 2024  
Blogger Juvenal Nunes disse...

É um facto, a esperança nunca nos deve faltar.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

quinta-feira, 25 abril, 2024  
Blogger teresadias disse...

Profundo e BELÍSSIMO!!!
(fiquei sem mais palavras)
Um beijo.

quinta-feira, 25 abril, 2024  
Blogger Perception in The Night disse...

Un momento piacevole di lettura, una bella poesia....grazie per il saluto, ti lascio un abbraccio

quinta-feira, 25 abril, 2024  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá, amiga Piedade,
A esperança nunca se deve perder, mesmo quando o mundo está a explodir em guerras e violência.
A esperança é sempre a última a morrer.

Lindo poema!

Deixo os meus votos de um feliz fim de semana, com muita saúde e paz.

Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

sexta-feira, 26 abril, 2024  
Blogger Olavo Marques disse...

Olá Piedade!

As ausências fazem falta a si e a todos...
Exímio poema! Está de parabéns 🤗

Abraços!

sexta-feira, 26 abril, 2024  
Blogger Isa Sá disse...

Bonito poema.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

sábado, 27 abril, 2024  
Blogger Jaime Portela disse...

À medida que o tempo passa, vamos vendo as coisas de um modo diferente.
Nem melhor nem pior, apenas diferente.
E isso pode ser salutar, porque vamos descobrindo novos encantos.
Excelente poema. Gostei bué... (em novo desconhecia o bué... eheheh...)
Boa semana.
Beijo.

segunda-feira, 29 abril, 2024  
Blogger Graça Pires disse...

Como peregrina da esperança, anda em passos lentos, a sulcar trilhos. Um poema maravilhoso e delicado.
Uma boa semana.
Um beijo.

segunda-feira, 29 abril, 2024  
Blogger Mário Margaride disse...

Olá Piedade
Passando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

segunda-feira, 29 abril, 2024  
Blogger maré disse...

"Peregrinos da esperança"...
talvez seja a expressão que mais cabe à humanidade. Somos!
Individual ou colectivamente, guia-nos sempre alguma coisa que nos conduz como mão invisível, que nos vais incitando ou aplacando as inquietações Se conseguirmos o equilíbrio, conseguimos a pacificação, logo silaba a silaba, o vislumbre dos azuis.

Um beijo Piedade

terça-feira, 07 maio, 2024  
Blogger Agostinho disse...

Também li o Tolentino
a sua palavra sábia agitar
no seio da sombra
o vazio da ausência espantar

Se possível for seja a noite
apenas a ausência de luz

Se com a manta da esperança
me revestir
hei-de amanhecer o dia
resistir

Gostei desta "confidência" poética,
Amiga Piedade.
Bj.

quinta-feira, 09 maio, 2024  

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