Abandonados
Estava sentado num banco de jardim
Daqueles verdes, que se encontram dispersados pela cidade
Tinha o corpo alquebrado
Não se vislumbrava correctamente o rosto
Mas o olhar embaciado parecia preservar
As amarguras de uma vida inteira
Outro dia passei no mesmo local
O banco continuava lá, verde e levemente ferrugento
Ele já não estava lá ______ e nunca mais o vi.
©Piedade Araújo Sol 2023-09-11
Imagem : Verity Milligan
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia
14 Comentários:
Vidas amargas que se perdem nessa amargura.
Um abraço.
Lindo y triste te mando un beso.
Que bellamente nos muestras la amargura y tristeza, la soledad...
Un fuerte abrazo querida mía
Retrato de uma solidão visível, palpável...
Beijos e abraços
Marta
Um pedacinho de realidade poética, bela e simultaneamente dolorosa...
Um beijo, Piedade!
São assim os contrastes da vida. Existem, ficam e vão.
.
Cumprimentos poéticos. Feliz semana.
.
Poema: “ Coração sem ser regado acaba por … “
Gostei muito :))
Obrigada pela partilha!!
.
Coisas de uma Vida || Recomeços e cansaços...
Beijos. Boa tarde.
Ele já não estava lá ______
e nunca mais o vi."
Este verso, e todo o poema,
conduz a um movimento centrípto,
assenta nesse banco qualquer um
Oxida(-me) a réstia de verde sobrante
Ele já não estava lá
Mas estava, porque sin-
to-o quando passo por ele,
pelo banco
Vejo-o na sua ausência
a sua presença em mim:
ferrugem que corrói
até o fim
Bom, Piedade.
Beijo.
A solidão é a ausência visível provocada pela dor.
O banco... uma momentânea almofada de conforto.
Abraço de amizade, Piedade.
Juvenal Nunes
Obrigado por compartilhar.
Saudações da Indonésia. Eu sigo seu blog.
😔 Imaginando possibilidades pra não dizer a pior delas...E assim como ele há muitos por aí...
Um retrato triste da solidão, bem retratado neste belo poema!
Gostei muito, amiga Piedade.
Deixo os meus votos de um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
A solidão, o abandono são corrosivos. Destroem tudo o que os cerca. O seu poema é muito triste, como triste é a vida de certas pessoas condenadas ao abandono. Sensibilizei-me ao lê-lo.
Tudo de bom, minha Amiga Piedade.
Uma boa semana.
Um beijo.
As pessoas vão desaparecendo.
Dos bancos do jardim e das nossas vidas.
Belo poema, gostei de ler.
Boa semana.
Beijos.
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