Perguntas ao Vento
Da janela do meu quarto olho a praia. Está vento. Aqui está sempre vento! Tenho tantas perguntas sem resposta. Por vezes queria fazer as perguntas que me queimam os neurónios. O telemóvel vibra. Olho-o de soslaio, está em sinal de reunião. Numero privado. Nunca atendo números privados. Não me apetece. E as perguntas ficam sempre por fazer. Ficam sem respostas. Não me apetece fazer nada. Nem comer. Nem me levantar. Estou morta. Morri com uma overdose de tédio. Soergo-me. Olho a praia da minha janela. Está vento. É isso! Levanto-me! Coloco o telemóvel dentro da gaveta e visto-me rapidamente com a roupa que estava na cadeira. Não a conheço, acho que nem é a minha. Amarro o cabelo num rabo-de-cavalo e saio para a tarde e para a praia que me espera. Fiz as perguntas ao vento e não obtive respostas…
©Piedade Araújo Sol 2008-09-23
Imagem : duong quoc dinh
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, Prosa Poética, Reeditado
26 Comentários:
Profundo poema hay veces que solo nos queda la incertidumbre. Te mando un beso.
O Vento nem sempre dá respostas...Mas podemos lançar as perguntas...Talvez se obtenha respostas, talvez não...Mas é possível encontrar Paz....
Lindo....
Beijos e abraços
Marta
Bom dia Piedade,
Um poema talvez inquietante!
O vento nem sempre responde às nossas perguntas. No entanto o mar, tantas vezes nos traz respostas através das neblinas que nos envolvem.
Beijinhos e um ótimo dia.
Ailime
Olá Piedade,
Muitas vezes nos sentimos assim. Sem vontade para fazer coisa nenhuma. Há essa inquietude dentro de nós, que nos dá cabo dos neurónios, como diz o texto.
Magnífico texto, representativo de muitos de nós...
Gostei bastante.
Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Intenso, profundo, poderoso. Vá até à praia, dê um mergulho, e fica leve como o vento.
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Uma semana feliz … cumprimentos poéticos
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um poema que descreve com rigor um momento confuso e de frustração por não ter respostas, tão necessárias, para a estabilidade.
Um abraço.
O desalento chega a todos nós e é nessas alturas, que as perguntas surgem e ficam muitas vezes sem resposta. Há que criar coragem e deixar ir os pensamentos ao sabor do vento.
Nostálgicas e sentidas palavras.
Beijinhos
Uma prosa magistral! Obrigada pela partilha!!
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Queria viver simplesmente na ilusão...
Beijos
Uma excelente semana!
A real procura da segurança que todos fizemos em algum momento
Gostei
Creio que o silêncio do vento foi o melhor dos antídotos para a sua overdose de tédio: foi a ausência de respostas (do vento) que a levou a levantar-se e a caminhar para a praia...
Um beijo, Piedade!
Poema instigante!! O vento nunca irá nos responder algo, mas com certeza nos inspira sempre. A questão é que, todas as respostas às perguntas que fazemos, se encontram embutidas nas perguntas que formulamos, ou seja, dentro de nós. E as buscamos no mundo exterior. Como eu disse , o vento inspira. E te inspirou para esse texto inteligente e perspicaz
Grande abraço querida Piedade.
Não ligues ao vento
nem ao seu silêncio
Renasce
Acaso mergulhaste?
Experimenta
escutar
os murmúrios do mar
Olá, amiga Piedade,
gostei muito dessa sua bela crônica,
contando coisas da vida, diante do mar.
Gostei muito de ler.
Aplausos!
Uma boa semana, amiga.
Beijo.
Fiz a pregunta ao vento, que nunca me respondeu, apenas sussurrou nos ouvidos uma canção a triste, quando o Sol se punha sobre o mar.
Inspiradora Pity
Gostei e aplaudo este canto no melancólico.
Bjo e paz amiga e feliz semana.
Na nossa vida somos frequentemente confrontados com inquietações existenciais, para as quais não obtemos resposta.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
São tantas as perguntas sem resposta ao longo da vida.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Momentos de desassossego são cuéis. Nada nos alivia e, por vezes, sequer sabemos para quais perguntas desejamos respostas. Mas vale a pena caminhar, deixar que o vento nos despenteie, esperar que o tédio se vá e que a luz retorne. Bjs.
Muito lindo!
O vento não tem respostas mas fala de outros lugares por onde passou e acorda em nós memórias.
Talvez as respostas estejam dentro de nós mesmos se nos atrevermos a fazer as perguntas.
Mena
Olá, amiga Piedade,
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Por vezes as respostas tardam, mas não deixemos de as procurar. E a praia é um bom lugar.
Beijinhos e bom fim-de-semana!
Beautiful blog
Bonito poema.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Solte ao vento as angústias que ferem o pensamento e entre na ventania com asas para voar...
Lindíssimo o seu texto poético!
Uma boa semana com muita saúde, minha Amiga Piedade.
Um beijo.
Infelizmente é demasiado comum e leva-nos a fases nada criativas e de desconforto total a preencher nossos dias.
Acho também que as melhores respostas advêm da melhor formulação das perguntas. Outras nunca terão respostas, talvez por ser assim mesmo. Até que chega o dia em que a energia boa volta e a mais pequena brisa é alento.
Kandandos!
No vento e na cadeira está
toda a carga da vida.
A cadeira passiva suporta
o restolho da seara
o vento activo traz e leva
palavras e pios do poema.
Gostei de ler, Piedade Sol.
Beijo.
Olá Piedade,
Passando por aqui, para desejar uma ótima semana, com muita saúde.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
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