as palavras no silêncio
trazias no olhar todas as palavras, que eu queria ouvir,
mas apenas,
olhaste o céu e disseste:
-amanhã vai chover.
eu ouvi e calei-me.
comecei a desenhar com a ponta dos dedos,
num guardanapo de papel,
riscos anárquicos,
apenas a moldarem,
o teu rosto.
depois, acrescentei,
uma janela escancarada,
de onde brotavam folhas feitas, palavras,
que voavam atropeladas,
pelo vento.
e nessa noite,
apenas o silêncio foi maior que a noite,
quando ela caiu abruptamente,
e o teu vulto se afastou em direcção,
ao mar.
©Piedade Araújo Sol 2014-10-13
Imagem : Martina Bisaz
Etiquetas: Direitos de autor, Piedade Araújo Sol, poesia, Reeditado
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